Aprenda a escolher o tecido ideal para suas roupas
Anne/Pexels
Aprenda a escolher o tecido ideal para suas roupas

Escolher as melhores peças para renovar o guarda-roupa vai além de estilo de roupas, estação do ano ou novas composições a serem formadas. O tecido pode ser um detalhe determinante para alavancar um look, seja esteticamente ou do ponto de vista de usabilidade e praticidade. Afinal, o tecido é responsável pela comunicação daquela peça e, consequentemente, tem muito peso no resultado final.

Fibra, cor e estampa são detalhes importantes e mais facilmente identificáveis em meio às opções nas lojas. No entanto, é preciso ir além ao pensar em funcionalidade e até no ritmo do dia a dia. Até mesmo fatores geográficos influenciam no momento da escola a longo prazo; ou seja, a localização é uma das maneiras de entender se aquela peça é viável no guarda-roupa ou se vai só ocupar espaço.

A consultora de moda Ana Letícia Rezende explica que, na hora de comprar uma peça, é importante ter em mente qual é a mensagem que se deseja passar. “O desejo é comunicar mais refinamento, acessibilidade, formalidade ou credibilidade? Isso influencia na hora da escolha”, destaca.

A especialista, que ministra o curso “Tecidos na prática: confiança na hora de vestir”, aponta ainda que devem estar entre os questionamentos qual é a rotina do indivíduo, quanto se está disposto a investir em uma peça e até se há histórico de alergia a determinados materiais. Ela destaca ainda que as definições de “tecido bom” e “tecido ruim” são inexistentes: “Todo tecido é bom a depender do benefício esperado pela pessoa que o escolhe”.

Estampas

A estampa é a característica mais marcante de uma peça, já que é a identidade visual que salta aos olhos das outras pessoas e expõe a personalidade de quem a está vestindo. Com a diversidade de opções, uma das preocupações é buscar por opções atemporais ou que possam ser usadas por muito tempo sem sair de moda.

No entanto, a consultora afirma que as estampas padrões estão sempre com tudo, seja na moda feminina ou masculina. Ela incentiva a diversificação nos padrões da estampa para garantir um guarda-roupa mais versátil que expresse a personalidade de quem veste.

“Listras, xadrez, espinha de peixe, poá, geométrico, floral, animal print, príncipe de Gales, risca de giz, olho de perdiz e tartan [o padrão escocês] nunca saem de moda”, indica. “Para não enjoar, vale optar por peças mais versáteis e de fácil otimização de acordo com o que já tem dentro no guarda-roupa. É interessante também ver as cores da estampa. Se for uma roupa branca e azul marinho listrada, por exemplo, pode ser que exista mais versatilidade do que um listrado neon com preto”.

Biotipo

Para otimizar o uso das estampas, Rezende afirma que é preciso que as padronagens fiquem em harmonia com a proporção de cada pessoa. Assim, a roupa valoriza e se adequa a cada tipo de corpo (e não o contrário).

“Uma pessoa baixa fica esteticamente desproporcional usando estampas muito grandes. Uma estampa pequena em uma pessoa gorda pode destoar demais, então o interessante é optar por estampas maiores e tecidos mais estruturados para garantir o conforto e evitar desconforto com a fricção em algumas regiões do corpo”, indica.

O desejo por peças chamativas ou discretas também fazem diferença na hora da escolha: o brilho chama muito mais atenção do que um tecido opaco. A pessoa deve ter em mente esses parâmetros para entender se a roupa se encaixa na ocasião desejada.

Texturas

Ana Paula Rezende usa vestido rosa; ela está de pé e sorri
Divulgação

A consultora de moda Ana Letícia Rezende ministra o curso “Tecidos na prática: confiança na hora de vestir”

Há uma infinidade de texturas de tecidos disponíveis para serem usadas. “Algumas texturas são mais grossas, a fibra é transformada em fio e, depois, em tecido. Existem vários tipos de linho, com tramas mais abertas e mais pesadas e com diferentes tipos de peso”, lista a consultora.

Para que a peça tenha vida útil, é preciso levar em conta na hora da escolha se a necessidade é por roupas mais grossas e pesadas ou mais finas e leves. Além da praticidade para usar a peça, Rezende sugere que fatores regionais e climáticos sejam levados em consideração.

Como exemplo, ela cita as regionalidades brasileiras. “No Rio de Janeiro e no Nordeste, os tecidos e tramas mais usados são as de texturas leves pelo calor, são locais que não têm invernos rigorosos; quanto em Porto Alegre ou Florianópolis se usa texturas mais pesadas, porque o inverno lá é muito mais frio do que no Rio ou no Nordeste”, exemplifica. A decisão deve ser tomada também levando em conta a rotina e a relação de conforto com determinada peça.

Preço

Rezende aponta que o material do tecido impacta diretamente no custo. “Peças de fibras naturais, como algodão, seda e couro, por exemplo, requerem um investimento porque são mais caras porque são matérias-primas de origem vegetal. As roupas de fibras sintéticas, como o poliéster, têm custo mais barato”, indica.

A consultora alerta ainda para possíveis peças de origem vegetal com preços mais abaixo do que o normal, já que a qualidade não é a mesma. “Não dá para querer a qualidade de uma seda ou linha pagando um preço de poliéster. Isso não existe”, pontua.

Avaliação online

Para algumas pessoas, entender como uma determinada peça se parece pode ser difícil na hora de comprar roupas pela internet. Nesse momento, a descrição da peça e a composição na etiqueta é o que dá o parâmetro de como aquela peça realmente é. Se a pessoa não for muito antenada em tecidos, é importante pesquisar para entender o aspecto da roupa.

Rezende afirma que é muito comum que existam misturas de tecidos na composição, o que pode pegar muitas pessoas desprevenidas. Nesses casos, o material que corresponde a maior parte da composição é a que domina o aspecto da peça. “Por exemplo: pense em uma peça que seja 75% viscose, 20% poliéster e 5% elastano. A viscose é a característica que vai prevalecer”, ensina.

Rotina

Para conseguir manter a qualidade da peça a longo prazo, Rezende afirma que é necessário ponderar quais são os cuidados que uma roupa pode demandar no cotidiano. Por exemplo: pessoas que buscam praticidade e que recorrem sempre à máquina de lavar precisam recorrer a tecidos mais resistentes. Quem quer dispor de tempo para fazer a lavagem com cuidado, fazendo a higienização à mão, consegue manter peças de tecidos mais delicados.

O custo também acaba sendo um fator determinante na durabilidade das peças feitas de materiais mais delicados, como seda, cetim ou casacos de pele, por exemplo. A consultora explica que essas peças podem precisar de cuidados redobrados que, na maioria das vezes, só com a lavagem caseira não bastam. Ou seja, algumas roupas podem demandar lavagens especializadas em lavanderias.

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