Alabama é um dos últimos estados republicanos a promover leis anti-LGBT
Katie Rainbow/Pexels
Alabama é um dos últimos estados republicanos a promover leis anti-LGBT

Na última semana, legisladores do Alabama aprovaram uma lei para proibir que jovens trans tenham acesso a tratamentos no sistema de saúde e penalizar profissionais da área da saúde que prescreverem medicamentos hormonais. A legislação recebeu 66 votos a favor e 28 contra e vai para sanção da governadora republicana Kay Ivey, que não indicou se vai ou não colocar a lei em vigor.

O texto foi votado pela Câmara dos Representantes do Alabama na última quinta-feira (5) e torna crime que um médico prescrever bloqueadores de puberdade e hormônios ou realização de cirurgias para adequação de gênero. A pena prevista é de até 10 anos de prisão.

A legislação também conta com uma medida separada para proibir que professores e escolas abordem identidade de gênero e diversidade sexual com crianças do jardim de infância até a 5ª série, projeto que remete ao "Don't Say Gay", sancionado em março no estado da Flórida. Essa medida também permite que membros da comunidade escolar "denunciem" crianças que mostrem indícios de serem trans.

O estado também aprovou uma legislação (por 26 contra 5 votos) que só permite que alunos do jardim de infância até o Ensino Médio usem banheiros e armários que correspondam ao gênero designado no nascimento.

O Alabama é um dos últimos estados republicanos a promover leis e políticas que têm a população trans jovem como alvo. O partido republicano tem usado legislações anti-LGBT como maneira de angariar votos e popularidade, já que é uma pauta popular entre eleitores.

De acordo com o representante Wes Allen of Troy, favorável ao projeto, essas pessoas não estão aptas a decidirem sobre seus gêneros e sexualidades. "O cérebro deles ainda não está desenvolvido a ponto de fazer decisões a longo prazo sobre medicações e cirurgias".

Neil Rafferty, único representante abertamente gay da Câmara, se posicionou contra a legislação e se mostrou abalado com o encaminhamento da votação. "Isso está errado. Vocês sentam aí e falam sobre a família ser a fundação da nação, mas o que esse projeto está minando isso totalmente. Isso vai contra os direitos da família, da saúde e o acesso à saúde", afirmou.

"Vocês dizem que isso é sobre as crianças. Não é. É sobre marcar pontos políticos e usar essas crianças como efeitos colaterais", afirmou Chris England, também contrário à lei.

"Quero que a governadora saiba que ela não precisa assinar essa lei, ela pode vetá-la", afirmou Jeff Walker, que tem uma filha trans de 15 anos. "Tudo o que vocês estão fazendo é machucar as famílias do Alabama".

Jen Psaki, representante da Casa Branca, afirmou que "o voto no Alabama só vai machucar as crianças". Chase Strangio, diretor do Trans Justice, afirmou que a medida é "a mais mortal e hostil" contra pessoas trans no país.

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