Linha do tempo da luta LGBTQIAP+ no Brasil: relembre alguns momentos

O 'Lampião de Esquina’ – 1978

O veículo foi fundado no Rio de Janeiro durante a ditadura militar. Assinado por um conselho com Darcy Penteado, João Silvério Trevisan e Aguinaldo Silva, o jornal deu origem ao “Somos: Grupo de Afirmação Homossexual”, pioneiro no Brasil

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Começo da união – 1980

Neste ano aconteceu o Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais, em São Paulo, um marco da organização do movimento em nível nacional. Homens gays, travestis e prostitutas eram constantemente agredidos, até que um grupo de homossexuais, com a ajuda dos movimentos negro e feminista, organizou um protesto nas escadarias do Theatro Municipal no dia 13 de junho de 1980. Neste mesmo ano também aconteceu a fundação do Grupo Gay da Bahia, um dos primeiros grupos de luta contra LGBTfobia no país

Miguel Trombini

O ChanacomChana – 1981

Eis que surge o Grupo de Ação Lésbica Feminista que, em 1981, lançou o ‘ChanacomChana’, a primeira publicação lésbica ativista do país, que foi divulgado no Ferro’s Bar, em São Paulo. Por conta disso, um grupo de mulheres lésbicas foi expulsa do estabelecimento, dando início ao chamado “Stonewall brasileiro”: o Grupo de Ação Lésbica Feminista organizou um protesto

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A luta contra AIDS – 1985

Conhecida na época como “peste gay” ou “doença gay”, a AIDS fez com que muitas pessoas “voltassem para o armário” por medo do preconceito que rondava a doença. Nesta época, foi criado o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (GAPA), primeira ONG da América Latina a lutar contra o HIV. Também foi em 1985 que surgiu o grupo Triângulo Rosa, do Rio de Janeiro, que se juntou com o Grupo Gay da Bahia no apoio às vítimas e para promover campanhas de esclarecimento e conscientização. A luta mais simbólica de todas foi pressionar o Conselho Federal de Medicina para retirar a homossexualidade da lista de patologias

Miguel Trombini

Despatologização – 1990

Somente em 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) tirou a homossexualidade da lista de distúrbios psiquiátricos da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID). Contudo, a transgeneridade deixou de ser considerada uma doença apenas em 2018

Miguel Trombini

A letra T – 1992

Em 1992 foi fundada a Associação de Travestis e Liberados (Astral), no Rio de Janeiro, a primeira organização não-governamental da América Latina dedicada a pessoas trans. No mesmo ano, Katya Tapety foi a primeira travesti a conquistar um cargo eletivo no Brasil (vereadora no sertão do Piauí)

Miguel Trombini

Fim do tratamento – 1999

Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia proibiu os procedimentos de “cura gay”. Contudo, em 2017, um grupo de psicólogos (que foram denunciados por tentar oferecer tratamento para homossexualidade) conseguiu uma sentença favorável por meio da Justiça do Distrito Federal para a realização de “terapias de reversão sexual”. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu definitivamente esta prática

Miguel Trombini