Giovanna Grigio é uma mulher bissexual em
Reprodução / Netflix
Giovanna Grigio é uma mulher bissexual em "Rebelde".

Giovanna Grigio integra o elenco de "Rebelde", nova versão da novela homônima que se tornou um sucesso mundial no início dos anos 2000. Desse modo, a série entrou no catálogo da Netflix no começo de 2022 e está repetindo o êxito da antecessora. Contudo, diferente das gerações anteriores, a produção atual é muito mais representativa, com personagens lésbicas, gays e bissexuais. Além disso, "Rebelde" tem uma atriz trans: Karla Sofía Gascón tem uma longa carreira na dramaturgia e interpreta Lourdes, inspetora no Elite Way School.

O enredo da série se passa no mesmo universo de "Rebelde" original. No entanto, agora o colégio Elite Way School é referência no mundo musical. Os estudantes, portanto, têm que se esforçar para vencer a batalha de bandas, ao mesmo tempo em que lidam com problemas pessoais e até uma sociedade secreta.

Em entrevista exclusiva ao iG Queer, Grigio comenta como foi vivenciar a personagem Emília em "Rebelde". Segundo ela, entre as dificuldades com o idioma, foi um papel que a tirou de sua zona de conforto. Giovanna precisou aprender espanhol para entrar na série, em que dá vida a uma intercambista brasileira em uma renomada escola mexicana.

“Isso foi bom porque eu acho que ela também está em um lugar assim. Tudo que eu vivia no México, tudo, era vivência que me servia de alguma maneira para a Emília. Acho que os principais foram o idioma e cantar. O idioma porque eu tive que aprender a falar espanhol só para a série, eu não falava antes. E cantar porque eu sou bem insegura com essa parte, eu fui minha maior inimiga nessa hora, me critico muito”, diz.

Sem dúvidas, "Rebelde" traz uma grande representatividade LGBTQIA+. Ao falar sobre a sua personagem, uma mulher bissexual, Giovanna ressalta que o tema é tratado com muita naturalidade na trama. “Eu acho interessante como isso em nenhum momento da história é uma questão para ela. As questões dela passam pela batalha das bandas, pressões que ela põe em si mesma em relação à carreira e a popularidade, mas o fato de ser bissexual não é para ela um problema”, afirma. 

A atriz destaca que a representatividade é muito importante, ainda mais quando foge dos estereótipos que outras produções costumam criar para personagens LGBTQIA+.

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“Vejo na mídia (e na vida real) que muitas vezes se descobrir uma pessoa LGBTQIA+ pode ser complicado e violento, especialmente com a sociedade homofóbica que vivemos, e trazer em uma obra de ficção, a história de uma garota que passa por esse momento de maneira tão natural e afetuosa pode ensinar futuras gerações a lidarem melhor com as pessoas. É uma história de amor, é disso que estamos falando”, pontua.

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Todas as versões de "Rebelde" representaram a visão de mundo dos jovens na época em que foram lançadas. Para Giovanna Grigio, as principais características da geração atual existentes na série são, justamente, a discussão sobre gênero e vida nas redes sociais. 

“Acredito que questões de gênero e mídias sociais, por exemplo, são assuntos que estão bastante presentes. Não somente pelo texto, mas porque quem está lá no set somos nós, a própria geração Z. Eu tentava assistir Rebelde no SBT, mas minha mãe não deixava porque eu era muito nova na época. Mas o legal de Rebelde é que era tão icônico que transbordava para além da novela. Lembro do meu primeiro dia no set, vendo a vitrine de memórias do RBD e me sentindo uma criança de novo. Se eu contasse para a Giovanninha que isso estaria acontecendo ela não acreditaria”, conta.

Para interpretar Emília, a atriz revela que se inspirou em diversos personagens de filmes clássicos. “Estudei um monte de Queens Bees de filmes clássicos, mas quis fugir de estereótipos, então procurei inspiração em pessoas que eu conheço, amigas minhas que eu considero Emílias da vida real, e até mesmo em algumas vivências minhas”, explica. 

Visto que a versão anterior de "Rebelde" tem uma legião de fãs, a atriz ficou com receio de como seria a recepção do público para o remake. “Eu fiquei em pânico, na verdade, na hora senti a pressão de ter que lidar com um público extremamente apaixonado e, ao mesmo tempo, fiquei empolgada com isso. Acho que é válido reviver esse universo tão interessante e apresentá-lo para novas gerações. Estou muito surpreendida positivamente. Eu imaginei que as pessoas teriam pelo menos curiosidade para saber como seria a série, e ver que o público está curtindo me deixa muito orgulhosa porque fizemos com muito amor”, finaliza. 

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