O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pautas LGBT são usadas como forma de desgaste ao governo e configuram uma forma de “destruir a família”. A declaração foi feita por meio de uma entrevista ao canal Jovem Pan News nesta segunda-feira (10): “Tem LGBT que conversa comigo sem problema nenhum. Tem muita gente que a gente descobre que é depois e o cara tinha um comportamento completamente normal e não tem problema nenhum. Isso tudo são pautas para desgastar. Uma das maneiras de você dominar o povo é você destruir a família com essas pautas”.
Jair Bolsonaro também celebrou que pautas as quais se referiu como “ideologia de gênero” estão nas mãos do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, o que classificou como “sorte”. “Demos uma sorte. As pautas voltadas para ideologia de gênero caíram com André Mendonça. É uma tranquilidade para a família tradicional. E não é só a família tradicional, não. O pessoal que vai morar aí dois homens e duas mulheres, a maioria deles não quer essa promiscuidade toda. Eles querem é trabalhar, cuidar da vida deles e ser feliz entre quatro paredes. Não fica com esse ativismo: 'Ah, todo mundo tem que aceitar isso daqui, botar na escola”, declarou o presidente.
Bolsonaro comentou ainda que as discordâncias que possui com pautas LGBTQIAP+ o promoveram quando ele ainda era deputado federal. “O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) resolveu regularizar essa questão e aceitou, não o casamento, uma união estável entre eles até pela questão de partilha de bens, etc. Está incorporado na sociedade. Aquilo lá me promoveu, porque é uma coisa que não era normal para a gente. Começar a querer falar para criancinha se vai ser menino ou menina quando tiver 10, 12 anos não tem cabimento isso. Até um pai que acaba… um pai não, um casal ‘homo’ que adota uma criança quer a normalidade para aquela pessoa”.
Além disso, o chefe do Executivo também criticou o uso da linguagem neutra, voltada principalmente para pessoas de identidade não-binária que não se sentem contempladas nem pelo pronome masculino, nem pelo feminino. “Você vê: linguagem neutra. O nosso Português já é uma língua difícil, imagina como isso vai se manifestar aí fora perante o mundo. Em um país que venha a adotar isso daí”, disse.
Para concluir este tópico, Jair Bolsonaro criticou a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, de suspender, em novembro de 2021, uma lei de Rondônia que proibia a presença da linguagem neutra na grade curricular e em materiais didáticos, tanto em escolas públicas quanto privadas e em editais de concursos.
“Tem uma lei lá que foi sancionada pelo governador proibindo a linguagem neutra. O que o ministro Fachin fez? Acho que foi o Fachin. Deu uma liminar contra essa lei que estava lá em Santa Catarina proibindo a linguagem neutra. Que país é esse? Que ministro é esse do Supremo Tribunal Federal? O que que ele tem na cabeça? Virou ‘eu quero’, ‘eu não quero’?”, indagou.