Bennett Kaspar-Williams, 37, de Los Angeles, Califórnia (Estados Unidos), descobriu-se trans em 2011 e começou a transição três meses depois. Em 2017 conheceu Malik, com quem se casou em 2019, e os dois decidiram optaram por ter filhos, o que levou Bennet a interromper a terapia hormonal para conseguir gestar tranquilamente. Apesar de ser homem, Bennet manifestou-se sobre o incômodo de ser chamado de “mãe” pelas enfermeiras durante a gravidez.
Ter e dar à luz não foi uma decisão fácil para ele. “Sempre soube que havia a possibilidade de meu corpo engravidar, mas não era algo que eu sempre quis fazer até aprender a separar a função do meu corpo de quaisquer noções de gênero”, declarou ao Mail Online. “Depois que aprendi a pensar em meu corpo como uma ferramenta e não uma coleção de estereótipos de gênero, percebi que poderia ser a pessoa que eu queria e trazer uma criança ao mundo”.
Ele ainda comentou ao veículo a importância de desvincular a feminilidade com a gestação. “Por isso que é tão importante que paremos de definir ‘feminilidade’ em termos de ‘maternidade', porque é uma falsa equivalência que todas as mulheres podem se tornar mães, que todas as mães carregam seus filhos, ou que todas as pessoas que carregam filhos são mães”, explica.
De acordo com Bennet, ser constantemente tratado e referido como mulher durante a gestação lhe deixou profundamente disfórico (desconfortável e não de acordo com o gênero com o qual se identifica): “Mesmo com uma barba cheia, um peito achatado e um marcador de gênero ‘masculino’ em todas as minhas identificações, as pessoas não podiam deixar de me chamar de ‘mãe’ ou ‘senhora’”, contou ao Mail Online.