Hormônios para terapia hormonal estão em falta na capital paulista
Karolina Grabowska/Pexels
Hormônios para terapia hormonal estão em falta na capital paulista

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Contra Pessoas Trans e Travestis da última sexta-feira (12) apresentou dossiê que denuncia a falta de hormônios para a realização da terapia hormonal, uma das opções para transição de gênero, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo já afetou o tratamento de mais de 60% das pessoas trans. O documento foi realizado pelo gabinete da presidente da CPI, a vereadora Erika Hilton (PSOL).

O levantamento foi realizado com 61 pessoas trans, travestis e pessoas não binárias que fazem o tratamento homronal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa, feita entre o período de 21 dias, aponta que 63,2% das pessoas tiveram seu cronograma de hormônios afetado.

Os medicamentos que mais estão em falta, segundo os entrevistados, é o Valertado de Estradiol (também conhecido como Primogyna), usado por mulheres trans e travestis, e Hormus, para homens trans e pessoas transmasculinas. Na falta de tratamento gratuito, os pacientes acabam se voltando à rede particular e precisam arcar com as despesas financeiras do serviço.

De 30 pessoas transmasculinas, 13 tiveram o tratamento impactado pela falta de hormônios. Das 17 mulheres trans, 14 afirmaram não ter encontrado o medicamento nas UBS em que realizam a terapia hormonal. O problema também foi sentido por 7 de 8 travestis e 4 de 6 pessoas não binárias.

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O gabinete de Erika Hilton fez questionamentos à Prefeitura de São Paulo, que respondeu pela Secretaria Municipal de Saúde. Foi afirmado que há dificuldades para a compra de insumos no mercado. Por isso, o hormônio foi substituído pelo 17-beta-estradiol. Além disso, a pasta afirmou que já recebeu novos lotes que seriam distribuídos.

A vereadora também procurou saber sobre as UBSs que não realizam o atendimento para pessoas trans, mesmo que seja dito que fazem esse serviço. A referência na capital paulista para o tratamento hormonal é a UBS Santa Cecília.

Além dela, apenas mais quatro realizam o tratamento das 31 que deveriam fazê-lo: UBS República; Centro de Referência ao Tratamento de IST-AIDS; Centro de Saúde Escola Butantã; Centro de Saúde Escola Barra Funda. Essa falta de atendimento impacta mais as pessoas que residem na periferia.

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