Na última sexta-feira (12), uma moradora da cidade de Bauru, interior de São Paulo, fez um vídeo que viralizou nas redes sociais. Ela criticou a existência de um banheiro iclusivo, também chamado de banheiro "multigênero", em uma loja do McDonald's. Ela chegou a comparar a existência do banheiro como "comunismo".
"Eu não admito isso na minha cidade. Não quero usar banheiro com homem, sou contra isso. Eu não aceito. Quero que todos os vereadores de Bauru deem um jeito nisso. Cada cidade cuide da sua cidade, vigiem os banheiros públicos, de restaurantes. Quero que todos vigiem. É um absurdo, criança usa o mesmo banheiro. É o comunismo na cidade de Bauru. Uma vergonha", afirmou a mulher no vídeo. No entanto, os banheiros dessa unidade da rede fast food não são compartilhados.
Os banheiros multigênero são uma opção para que pessoas trans se sintam confortáveis para poder utilizá-los em espaços públicos, visto que também estão vulneráveis a represálias. Esse modelo tem sido adotado em diversos países para garantir a segurança de pessoas trans. Esses banheiros tendem a ser individuais; ou seja, não são compartilhados com mais pessoas ao mesmo tempo.
O vereador Eduardo Borgo (PSL), que disse ao G1 querer protocolar um PJ para proibir os banheiros inclusivos em locais públicos, chegou a ir ao local e gravou um vídeo. Bordo afirmou que o ato é "pretexto para não binariedade".
Na descrição do vídeo, Borgo afirmou: "Além de ser uma medida anti-higiênica, trabalha com de forma subliminar com o gênero neutro.
Temos leis que garantem vagões femininos em trens e metrôs, mas não podemos ter banheiros reservados para mulheres?".
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Ele foi acompanhado do vereador Serginho Brum. "Daqui a pouco vira moda isso daí. Nossas mulheres e crianças vão ser obrigadas a dividir o banheiro com homens, todos misturados”, afirma.
O McDonald's emitiu nota em que diz ter compromisso com a criação de ambientes mais inclusivos para todas as pessoas, o que inclui o espaço dos banheiros. O restaurante reforça que as cabines são individuais para garantir o conforto e privacidade dos usuários. Além disso, a rede está em contato com autoridades de Bauru para garantir que não haja mudanças em relação ao banheiro inclusivo.
Ainda ao G1, Borgo afirmou que mulheres se incomodam ao usar o mesmo banheiro que "homens" porque "homem urina em pé". "A mulher precisa sentar na mesma tampa que pode conter respingos", declara ao site.
Além disso, o vereador afirma que ações como essa, às quais se referiu como descaso, "confunem a cabeça das crianças", que passariam a não mais entender a existência de banheiros femininos e masculinos. O vereador afirma que é a favor de banheiros inclusivos unissex individuais, como, no caso o banheiro que o próprio criticou.