Veja quais artistas e diferentes grupos de kpop já apoiaram publicamente a comunidade LGBT
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Veja quais artistas e diferentes grupos de kpop já apoiaram publicamente a comunidade LGBT

Muitos países ainda não possuem na legislação medidas de apoio e proteção à população LGBTQIAP+, colocada em posições marginalizadas de forma estrutural e orgânica, e a Coreia do Sul é um deles. Ser LGBT no país não é um crime passível de pena como em algumas regiões do Oriente Médio, por exemplo, mas a questão é bastante delicada e difícil de ser discutida publicamente. Entre os militares, existem ações que condenam o envolvimento sexual entre pessoas do mesmo gênero.

Em 2018, o The Guardian teve acesso a um caso que exemplifica como os homens cis coreanos são punidos no exército por se relacionarem com outros homens. Dois soldados foram condenados pela corte militar da Coreia do Sul após realizarem sexo consensual. De acordo com a sentença, as ações consensuais dos militares “beiram o estupro”. Os dois foram condenados a seis meses de prisão. 

O artigo 92-6 da lei militar da Coreia do Sul afirma que “sexo anal e outros atos indecentes” entre funcionários militares são passíveis de punição com até dois anos de prisão. Para o tribunal militar, os soldados “molestaram” um ao outro. A defesa explicou que os atos foram consensuais e, portanto, ambos eram inocentes, mas para a corte eles realizaram atos “contrários à boa moral sexual” e romperam a disciplina militar. 

Por outro lado, também em 2019, o evento do orgulho LGBT de Seul (capital da Coreia do Sul), oficialmente conhecido como SQCF (Seul Queer Culture Festival), atraiu aproximadamente 150 mil pessoas, 80 mil para os eventos musicais e outras 70 mil pessoas durante a passeata em si, de acordo com os números divulgados pela organização do evento. A causa vem ganhando força aos poucos, e a cultura é um agente fundamental neste cenário, principalmente a música, mais especificamente o k-pop, gênero musical originário do país. 

Um bom exemplo é que, durante a SQCF de 2019, uma das músicas tocadas foi “Into the New World”, no grupo feminino Girls Generation, da SM Entertainment. Também é importante destacar a influência do grupo BTS, cuja influência mundial não apenas contribuiu para a expansão e popularização do gênero musical, como também auxilia na luta de muitas minorias socialmente marginalizadas apoiadas pelos integrantes, incluindo a comunidade LGBTQIAP+. 

Em 2018, o grupo discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York como embaixadores da juventude. Eles causaram um forte impacto, principalmente quando o líder, RM (Kim Namjoon), disse para os jovens que erguessem suas vozes. “Não importa quem você é, onde você mora, sua cor de pele, sua identidade de gênero”, declarou. 

Natasha Bernardes Dynczuki, estudantes de letras em inglês, pan e demissexual, tem contato com o k-pop há 10 anos e conta que como o apoio dos idols (como são chamados os cantores do gênero) é fundamental para os fãs e para que a luta em si tenha mais força. 

“Como idols, eles possuem grande influência sobre o público, então ao demonstrarem seu apoio à nossa comunidade, ajudam outras pessoas a também nos apoiarem, muitas vezes fazendo com que o preconceito sobre a nossa comunidade diminua. Além disso, como fã, é extremamente gratificante receber o apoio de alguém com quem nos importamos e admiramos. Ver nossos idols apoiando quem somos nos ajuda a nos aceitar e apoiar também”, diz.

Ela ressalta ainda que quando conheceu o gênero estava passando por um momento difícil na vida, e a música lhe auxiliou a superar as barreiras em questão. Mesmo à distância, Natasha conta como os idols a ajudaram e o quanto é grata por ter tido esse contato com eles, mesmo que precário devido à divergência cultural e geográfica. 

“Quando eu entrei para esse mundo, eu não estava em um bom momento. As letras das músicas e os artistas me ajudaram bastante de maneira positiva. É até estranho pensar que alguém do outro lado do mundo possa me fazer tão bem, mas é exatamente assim que me sinto. A música em si se tornou um refúgio para mim e eu me sinto grata aos meus ídolos por sempre me ajudarem em momentos difíceis, mesmo que eles não saibam da minha existência”, declara.


Assim como ela, Valquiria Cassemiro Vidal, que opta por não se rotular quanto à sexualidade, também teve contato com o gênero durante um período difícil da vida. Ela acompanha o k-pop desde 2008 e ressalta em especial o grupo Super Junior, da SM Entertainment, que teve seu debut (estreia) em 2005.

“Em momentos difíceis na minha, durante os quais eu achava que nada dava certo ou que ninguém poderia me ajudar, eu ouvia k-pop para me distrair. Isso me ajudou bastante em vários sentidos, tanto que hoje eu não preciso mais ter medo de mostrar quem eu realmente sou. Parece bobo dizer coisas assim, que um grupo de k-pop me ajudou a superar a depressão, mas é a verdade. Não fui curada de fato, porém aos poucos eu comecei a me abrir, por isso eu sou grata ao Super Junior por eles existirem e me fazerem feliz em momentos que eu precisava de um abraço e não sabia onde procurar. Há muitos outros grupos também, mas eles foram meus primeiros”, conta.

Quanto à importância do apoio dos idols quanto à comunidade LGBTQIAP+, Valquiria diz que para quem procura suporte de todas as formas, saber que os artistas que tanto admira estão a favor de quem a pessoa é em um mundo predominantemente violento com essa parcela da população é bastante acolhedor. “Saber que eu tenho o apoio deles me deixa muito feliz, me faz amar eles cada dia mais. Nós procuramos apoio a cada dia e em vários momentos da nossa vida, e se sentir amada por quem a gente admira é muito gratificante”, conta.

O grupo BTS conquistou grande popularidade ao longo dos anos e, assim como eles, integrantes de outros grupos influentes na indústria do k-pop também já tiveram gestos e alegações a favor da comunidade LGBT que aqueceram o coração dos fãs, tanto por parte dos grupos femininos quanto dos grupos masculinos e mistos.

Red Velvet

Empresa: SM Entertainment

Integrantes: Irene, Seulgi, Wendy, Joy e Yeri

Debut: 1° de agosto de 2014

Grupo: feminino

Em um show da turnê Red Mare, nos Estados Unidos, uma fã entregou uma bandeira LGBT para a integrante Yeri e disse que seria muito importante para si que ela a segurasse. A idol passou algum tempo com a bandeira no braço. Seulgi também já mostrou apoio à comunidade quando postou uma foto em seu Instagram na qual a parede atrás de si mostra vários posters, incluindo o do filme ‘Azul é a cor mais quente’, que conta a história de um casal composto por duas garotas.


Mamamoo

Empresa: RBW Entertainment

Integrantes: Solar, Moonbyul, Wheein e Hwasa

Debut: 18 de junho de 2014

Grupo: feminino

O grupo demonstra apoio à comunidade LGBT de diversas formas. Elas já tiraram uma foto com a primeira idol trans da Coreia do Sul, Harisu. Em suas performances, o grupo também já incluiu dançarinos gênero-fluido. A integrante Moonbyul, por sua vez, é muito aclamada pelos fãs por romper com os estereótipos de feminilidade, e no Coming Out Day (“Dia de Sair do Armário”, em tradução literal) de 2017 ela postou uma carta em seu fancafe em apoio à comunidade. 

A integrante Wheein também já explicitou seu suporte aos fãs LGBT no clipe da música Goodbye. A música conta a história de uma garota que se apaixona pela sua professora de arte. No backstage das gravações, ela alegou que “só quero dizer que a forma do amor é diversa e isso está derretido na pintura. Eu só quero dizer que não importa de qual forma é, amor é amor”.


Dreamcatcher

Empresa: Happy Face Entertainment

Integrantes: JiU, SuA, Siyeon, Handong, Yoohyeon, Dami, e Gahyeon

Debut: 2017

Grupo: feminino

Em entrevista, as integrantes do grupo já disseram que não gostam de colocar pronomes nas músicas para que todos possam se identificar com as letras. Quando estão fazendo cover, elas também não mudam o pronome. A integrante Siyeon, por exemplo, fez um cover da música Overdose, do grupo masculino EXO, e cantou a letra original: “Ela controla tudo em mim. Ela me quer. Oh, ela me tem. Oh, ela me machuca. Eu fico pensando e pensando em você”. A integrante Gahyeon já foi vista segurando a bandeira LGBT durante um show.

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Seventeen

Empresa: Originalmente formados pela Pledis Entertainment

Integrantes: S.Coups, Jeonghan, Joshua, Jun, Hoshi, Wonwoo, Woozi, DK, Mingyu, The8, Seungkwan, Vernon e Dino

Debut: 2015

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Grupo: masculino

O líder do grupo, S. Coups (Seungcheol), foi visto usando a bandeira LGBT nas roupas. O integrante DK também já usou uma camisa em que estava escrito “clothes are genderlass” (“roupas não têm gênero). Durante uma entrevista, uma fã agradeceu o suporte do grupo à comunidade LGBT e pediu algumas palavras. O integrante Vernon disse: “Nós estamos tão gratos por vocês gostarem das nossas músicas e performances. Eu espero que a gente consiga fazer um mundo melhor juntos, entende? Para todos”.



Stray Kids

Empresa: JYP Entertainment

Integrantes: Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N

Debut: 2017

Grupo: masculino

Durante uma conversa com os fãs no Halloween, uma fã contou para o integrante Bangchan, líder do grupo, que iria passar a data com a namorada. “Eu queria te contar sobre ela. O nome dela é Anne. Nós nos conhecemos no início do ano por causa do StrayKids”, contou a fã. “Eu estou tão feliz”, respondeu BangChan. Após contar o que planejava para a data ao lado da amada, a fã ouviu do idol um “awn” junto com um sorriso. 

Da esquerda pra a direita:  Minho, Jisung, I.N., Felix, Bangchan, Hyunjin, Seungmin e Changbin
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Da esquerda pra a direita: Minho, Jisung, I.N., Felix, Bangchan, Hyunjin, Seungmin e Changbin


SNSD (Girls Generation)

Empresa: SM Entertainment

Integrantes: Taeyeon, Sunny, Tiffany, Hyoyeon, Yuri, Sooyoung, Yoona e Seohyun

Debut: 2007

Grupo: feminino

Em uma entrevista, Taeyeon, líder do grupo, disse que as meninas poderiam ser o “tipo ideal” tanto de homens quanto de mulheres. Ela já comemorou várias vitórias da comunidade LGBT, como a legalização do casamento igualitário nos Estados Unidos. 


Em 2018, a integrante Tiffany fez uma carta aberta à comunidade LGBT junto com a revista Billboard. Além de agradecer pelo carinho dos fãs que fazem parte da comunidade, ela declarou apoio a eles.  


A integrante mais nova do grupo, SeoHyun, também já falou abertamente sobre apoiar a causa LGBT. No show solo ‘Love Still’, pediu para que os casais levantassem as mãos e deixou claro que casais LGBT deveriam fazer o mesmo. A idol também é atriz que já interpretou uma mulher lésbica.

TWICE

Empresa: JYP Entertainment

Integrantes: Nayeon, Jeongyeon, Momo, Sana, Jihyo, Mina, Dahyun, Chaeyoung e Tzuyu

Debut: 2015

Grupo: feminino

Durante uma turnê, as integrantes Mina, Nayeon, Chaeyeon e Jeongyeon cantaram a música ‘Born This Way’, da Lady Gaga, com a letra: “Não importa se você é gay, hétero ou bi / Lésbica, transexual / Estou no caminho certo, querido / Eu nasci para sobreviver”. 


Da esquerda pra a direita: Tzuyu, Jeongyeon, Sana, Nayeon, Momo, Mina, Jihyo, Dahyun e Chaeyoung
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Da esquerda pra a direita: Tzuyu, Jeongyeon, Sana, Nayeon, Momo, Mina, Jihyo, Dahyun e Chaeyoung


Monsta X

Empresa: Starship Entertainment

Integrantes: Shownu, Minhyuk, Kihyun, Hyungwon, Jooheon, e I.M

Debut: 2015

Grupo: masculino

Quando ainda estava no grupo, o ex-integrante Wonho já disse durante uma entrevista que gêneros não são importantes quando se trata de relacionamento. Além disso, em live pelo V Live, Wonho e Jooheon deram palavras de apoio a um fã que disse ter se assumido LGBT. O grupo também fez o conceito da músical ‘All In’ baseado em um relacionamento gay.



Da esquerda pra a direita: Hyungwon, Kihyun, I.M., Minhyuk, Jooheon e Shownu
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Da esquerda pra a direita: Hyungwon, Kihyun, I.M., Minhyuk, Jooheon e Shownu


Holland

O idol solo é o primeiro a ser assumidamente gay antes mesmo de começar a carreira. Ele estreou em 2018 com o single ‘Neverland’, no qual beija outro garoto, como voltou a acontecer em outro clipe do cantor. Em entrevista para a Vogue britânica, ele explicou que os coreanos ainda são muito conservadores, mas que seu conteúdo deu espaço para um debate sobre o tema. “Não é comum na sociedade coreana aceitar indivíduos LGBTQ+ ou a comunidade, então espero que haja mais oportunidades para falar abertamente sobre homossexualidade no futuro”, declarou. 


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