Comemorado em 13 de abril, o Dia do Beijo celebra o amor e a conexão entre as pessoas. A data instiga o debate para a importância da existência, liberdade e representatividade LGBTQIAPN+ , que ainda enfrenta um cenário de discriminação e violência: segundo pesquisa realizada pela Opinion Box, 65% das pessoas LGBTQIA+ ainda têm medo de andar de mãos dadas na rua.
Com o objetivo de alterar esta realidade de exclusão, a produção de conteúdo aparece como valiosa ferramenta de dissolução de barreiras e conscientização social. Assim, a comunidade, que segue lutando por seus direitos, vê a representatividade aumentar a cada dia, ganhando espaço em grandes produções de filmes, séries, games e novelas brasileiros.
Amara Moira, coordenadora de Exposições e Programação Cultural do Museu da Diversidade Sexual, destaca que o beijo LGBTQIA+ permanece como um tabu ao redor do mundo, o que contribui para a marginalização enfrentada pela comunidade.
“Se as pessoas ainda não se sentem confortáveis em andar de mãos dadas na rua, imagine em dar um beijo. Cenas de beijos LGBTQIA+ na mídia desempenham um papel crucial na promoção da normalização e aceitação do afeto, desafiando estereótipos. Por meio dessas representações, a mídia tem o poder de influenciar percepções e atitudes, oferecendo uma visão mais ampla e humana da diversidade e comunidades LGBTQIA+”, afirma.
Pensando nisso, o Museu da Diversidade Sexual, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do estado de São Paulo , destinada à memória, cultura e valorização da vida envolvendo a comunidade LGBTQIA+, listou algumas das cenas mais marcantes de beijos LGBTQIA+ nas produções audiovisuais dos últimos 100 anos. Confira!
“Wings” (1927)
"Wings", filme de 1927, foi o primeiro longa a reproduzir uma cena de beijo gay. No filme, o beijo acontece entre dois pilotos que se alistaram para a segunda guerra mundial e, em seus momentos finais, Jack (Charles Rogers) beija David (Richard Arlen) para se despedir.
O filme foi um sucesso de bilheteria em seu lançamento e conquistou Oscars nas categorias “Melhores Efeitos de Engenharia” e a estatueta mais cobiçada, a de “Melhor Filme”.
"Amor à Vida" (2013)
"Amor à Vida" foi uma novela de grande sucesso no Brasil, com personagens marcantes como Félix (Mateus Solano) que era um homem gay, mas mantinha a aparência de hétero por pressão da família.
Já Niko (Thiago Fragoso), era um cozinheiro abertamente gay. O beijo acontece em um momento de grande emoção e vulnerabilidade, perto do final da trama. A novela foi a primeira a exibir um beijo gay na programação de horário nobre.
"Moonlight: Sob a Luz do Luar" (2016)
"Moonlight" fala sobre três momentos da vida de Chiron (Ashton Sanders), que protagoniza um beijo com seu amigo Kevin (Jharrel Jerome). A cena foi tão marcante que ganhou o prêmio de “Melhor Beijo” no MTV Movie Awards.
Para completar, o filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando mais de 65 milhões de dólares e conquistou três Oscars, incluindo a estatueta de Melhor Filme.
The Last Of Us: Parte II (2020)
The Last Of Us: Parte II é um jogo que conta a história de Ellie, uma sobrevivente de um mundo pós pandêmico, onde um fungo se espalha e transforma os infectados em zumbis.
Ellie faz amizade com Dina, personagem que conhece em uma vila de sobreviventes e, ao longo do jogo, a amizade se transforma em um relacionamento, selado com um beijo durante uma missão.
Beijo no asfalto (1981)
"Beijo no Asfalto" é um filme adaptado de uma peça que retrata o dilema moral de um homem que beija um desconhecido à beira da morte após um acidente de trânsito.
O longa termina com umas das cenas de beijo gay mais marcantes do cinema brasileiro, que retrata a confissão de Aprígio (Tarcísio Meira) de que seu ódio por Arandir (Ney Latorraca) é na verdade amor. Em seguida, o protagonista atira em Arandir e o beija em seu leito de morte.