As mães Cecília Camilo e Tálita com os filhos da primeira gestação à distância Yuri e Pietra
Acervo pessoal
As mães Cecília Camilo e Tálita com os filhos da primeira gestação à distância Yuri e Pietra

A Clínica Mãe, sediada em São Paulo , introduziu uma inovação no campo da reprodução assistida com o “Programa Mãe à Distância”. Destinado a casais com limitado acesso a clínicas especializadas em fertilização, o projeto permite a execução remota da maior parte do tratamento de fertilidade.

"Os casais podem passar por consultas médicas, realizar exames diagnósticos e receber acompanhamento do tratamento diretamente de suas cidades, agilizando o processo com a orientação de nossos especialistas”, destaca o Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana da Clínica Mãe.

As mães Cecília Camilo e Tálita, residentes de Brasília , optaram pelo tratamento à distância em 2018 após uma recomendação de outra paciente que também passou pelo procedimento remoto. Cecília, que já teve uma gestação gemelar em 2019, busca neste ano ter outro filho com o mesmo método utilizado há cinco anos.

Casais lésbicos têm se tornado cada vez mais presentes na clínica. Casais homoafetivos, seja de mulheres ou homens, formam famílias da mesma maneira que casais heterossexuais. É gratificante poder auxiliar esses casais na formação de suas famílias, algo que no passado era desafiador”, afirma o médico Alfonso.

Na clínica são oferecidos métodos como Fertilização in Vitro (FIV), inseminação artificial e gestação compartilhada — todos acessíveis remotamente. Além disso, casais de homens gays também podem recorrer ao programa, e a barriga solidária pode realizar o processo fora da capital paulista. A barriga solidária, ou útero de substituição, é recomendada quando a mãe biológica ou os pais não podem gestar.

“Sempre desejei [ser mãe] desde os meus 20 anos. Agora, aos 41, é complexo, uma mistura de emoções, felicidade e dor ao mesmo tempo. Encaro a maternidade como um renascimento. Mesmo sendo difícil e, por vezes, cansativo, faria tudo de novo”, afirma Cecília, mãe dos gêmeos Yuri e Pietra, nascidos na primeira gestação.

Durante o processo, Cecília menciona a tranquilidade geral, mas também a ansiedade e conflitos internos durante a gestação. Ela destaca a necessidade de preparação de última hora para viagens relacionadas à coleta de gametas e transferência de embriões, que podem resultar em passagens mais caras para quem opta por viajar de avião, como foi o seu caso. "São momentos que fogem do nosso controle, então, quando acontecem, precisamos estar prontos para agir”, ressalta.

Como o Programa Mãe à Distância funciona?

Após o contato inicial por e-mail, a clínica agenda uma consulta com seus especialistas que é realizada por telemedicina.

“Após essa consulta inicial, orientamos o paciente a realizar os exames em sua região. Com os resultados, iniciamos o tratamento mais adequado para cada caso, de forma personalizada", explica o médico Alfonso.

O "Programa Mãe à Distância" representa um avanço notável em termos de acessibilidade e conveniência nos tratamentos de fertilização, tornando-os acessíveis a casais que, de outra forma, não teriam acesso a esses serviços devido à distância ou a outros obstáculos logísticos.

“Apenas a fase de coleta e implantação dos embriões é realizada na clínica, eliminando a necessidade de viagens frequentes durante as fases iniciais do processo", conclui o especialista.

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