Philip Baldwin alugou um dos quartos de sua casa na plataforma Airbnb
Naim Benjelloun/Pexels
Philip Baldwin alugou um dos quartos de sua casa na plataforma Airbnb

Philip Baldwin, de 38 anos, alugou um dos quartos de sua casa para um homem por meio da plataforma Airbnb e encontrou em cima da cama alguns panfletos sobre exames de sangue deixados pelo hóspede logo depois que este descobriu que ele  vive com HIV e é ativista na causa.   

O anfitrião contou à Press Association que alugou o cômodo em maio deste ano para um hóspede que parecia ser muito falante a princípio, mas  o clima mudou repentinamente quando os dois conversaram sobre o que trabalhavam e Philip revelou que é ativista dos direitos humanos. Imediatamente, o homem procurou as redes sociais dele e descobriu que Baldwin é gay e vive com HIV desde 2010.

Logo depois, segundo as declarações do anfitrião, o convidado mudou completamente de comportamento e passou a ficar mais calado, evitava olhar nos olhos de Philip e começou a se comunicar com ele somente por texto, chegando até mesmo a recusar toalhas limpas que lhe foram oferecidas.

“Fiquei com a impressão de que ele achava que qualquer forma de contato com algo que eu tocasse poderia ser perigoso. Estava começando a sentir que estava pisando em ovos o tempo todo.”

Quatro dias depois da chegada do hóspede, o ativista recebeu a notícia pelo aplicativo da plataforma que sua conta estava temporariamente suspensa, tentou falar com a empresa sobre o ocorrido, mas se negaram a falar por "motivos de privacidade". Assim que o homem deixou o quarto, Philip encontrou um panfleto com informações sobre exame de sangue, que incluía uma seção sobre HIV, o que o deixou perturbado.

A plataforma do Airbnb inglesa apenas informou que a conta estava suspensa enquanto uma investigação da equipe especializada antidiscriminação é realizada. Philip ficou inconformado com a situação.  

“O hóspede fez uma reclamação, mas não me contou sobre isso, e o Airbnb recebeu uma reclamação, mas eles não me contaram sobre isso até depois que o hóspede fez o check-out. Então, por oito dias, fiquei muito ansioso. Eu não conseguia dormir, não conseguia fazer tarefas básicas e era muito angustiante porque eu não tinha certeza se estava imaginando tudo isso”, disse ele.

Ele também revelou à agência que se sentiu em uma situação horrível, além de ficar paranóico, assustado e confuso.

“Já tive pessoas que terminaram relacionamentos comigo; Algumas pessoas me perguntam na igreja se é seguro beber do mesmo cálice; Já tive pessoas que abusaram de mim nas redes sociais, dizendo que eu iria para o inferno por causa do meu status de HIV", narrou.

Philip Baldwin é ativista sobre pessoas que vivem com HIV
Reprodução/Instagram 15.06.2023
Philip Baldwin é ativista sobre pessoas que vivem com HIV

Airbnb no Brasil

O iG Turismo entrou em contato com a filial brasileira da plataforma que respondeu prontamente que "não há espaço para preconceito e discriminação no Airbnb. Inclusão e respeito são princípios fundamentais que se aplicam tanto aos anfitriões quanto aos hóspedes". O Airbnb ainda informou que possui uma Política de Não Discriminação criada para proteger a comunidade de anfitriões e hóspedes e leva muito a sério denúncias de discriminação.

"Para denunciar um incidente, hóspedes e anfitriões devem entrar em contato com o Airbnb através da Central de Ajuda, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ao receber um relato de incidente discriminatório, o Airbnb conduz uma investigação detalhada e toma medidas apropriadas e necessárias de acordo com as políticas da plataforma", disse. 

A plataforma também comentou por meio de sua assessoria de comunicação que, em 2016, anunciou sua Política de Portas Abertas, que prevê que hóspedes com reservas em andamento ou futura, que relatam sofrer discriminação podem receber ajuda para reservar outra acomodação.

Já sobre o caso ocorrino no Reino Unido, um porta-voz da empresa afirmou que entrou em contato com o anfitrião para fornecer todo o apoio necessário. O hóspede foi suspenso da plataforma enquanto a equipe especializada de antidiscrimanção do Airbnb investiga o caso. 

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