Bruna Linzmeyer e a namorada Marta Supernova
Reprodução/Instagram
Bruna Linzmeyer e a namorada Marta Supernova

A atriz Bruna Linzmeyer (30) , em cartaz nos cinemas como Melissa, personagem de ‘Medusa’, filme de Anita Rocha da Silveira, contou em entrevista recente ao Universa UOL que sofreu uma tentativa de ‘cura gay’ na psicanálise por ser lésbica. 

Bruna, que também é reconhecida pelo seu ativismo nos movimentos feminista e LGBTQIA+, e atualmente namora a DJ Marta Supernova, interpreta Melissa, que também é uma artista famosa, mas que tem o rosto queimado por outra mulher em protesto contra a maneira livre como conduz a vida.

Na história, o ataque contra Melissa inspira um grupo de religiosas fanáticas a sair às ruas, com máscaras, agredindo outras mulheres tidas como pecadoras. Nascida e criada em Corupá (SC), Bruna afirmou ainda ao UOL que não foi difícil se assumir lésbica. "Claro que houve conflitos. Mas tive apoio", diz.

Na entrevista, que pautava sobre o novo filme e a realidade que ele busca representar, como o de mulheres cerceando seus desejos em nome da religião e com medo de críticas, Bruna refletiu e disse que para ela, o corpo das mulheres é visto como público e no relato afirmou que sua psicanalista era lesbofóbica. 

“Pensam que podem dar opinião sobre nossos corpos, acham que sabem mais sobre a gente do que nós próprias. Tive uma experiência traumática em um consultório de psicanálise. A psicanalista era lesbofóbica e foi fazendo com que me cerceasse. Durante anos, vivi o que chamamos de cura gay. Como diz a escritora bell hooks, a liberdade é um exercício constante. Precisamos ter comprometimento com nossos desejos e construir uma rede de afeto que nos dê suporte. Se só convivemos com pessoas e familiares que nos julgam o tempo todo, fica difícil”, contou. 

Perguntada sobre em que momento ela percebeu haver algo errado com a terapia, ela disse que o que a ajudou a escapar daquela situação foram seus amigos que a alertaram de sinais que ela própria não enxergava. 

“Não é só o tipo de profissional. Às vezes é um médico, o pai e a mãe. Pode ser qualquer pessoa em quem depositemos confiança. É preciso ficar atenta. O que me fez escapar foi minha bolha. Amigos começaram a me apontar situações que eu não percebia. Parei de ir a festas, fazer amigos, dançar, cantar e escrever”, afirmou. 

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