O apresentador Ratinho está internado em um hospital de São Paulo e, ao gravar um vídeo para dizer ao público que estava tudo bem, na manhã desta quinta-feira (23), uma funcionária sugeriu que ele também se referisse às pessoas usando "todes", sem definição de gênero , mas ele se irritou e se recusou a usar a linguagem neutra na mensagem em vídeo (assista ao final do texto).
"Estou me recuperando aqui dessa cirurgia pesada que eu fiz. Queria dizer a todos e a todas desse Brasil...", dizia ele quando foi interrompido pela funcionária que informou "chefe, tem que falar 'todes'". "Agora tem que falar 'todes'? Eu sou obrigado a falar 'todes'? Gravar de novo? Não vou gravar de novo. Vá para a p*ta que o pariu. Não vou gravar p**ra nenhuma. Que 'todes'? Que 'todes'? Eu não sei o que é 'todes'! Não vou falar... não vou. Some daqui, satanás", disse aos gritos.
Alguns famosos como o cantor sertanejo Edson Cardorini, o apresentador César Filho, a ex-Fazenda Valentina Francavilla e a cantora Mara Lima riram da situação com emojis de gargalhadas nos comentários do post. Já o cantor João Netto debochou da linguagem neutra.
"Todes é de beber com leite, Ratinho", seguido de um emoji de gargalhada.
Ratinho está internado no hospital Albert Einstein, na capital paulista, desde o início desta semana, após ter sido submetido a um procedimento cirúrgico no joelho direito e ainda não há previsão de alta.
Sem gênero
A linguagem neutra não é nenhuma novidade . No latim, a palavra “illud” dizia respeito ao gênero neutro e estaria em um lugar além do “ela” e “ele”. Entretanto, esse pronome foi perdido ao longo dos anos e das adaptações da língua, por diversos motivos, mas o principal foi a colonização.
Assim como a linguagem neutra, a não binariedade também não é uma novidade, mas foram apagados com os processos da invasão europeia em sociedades originárias e que fugiam do binarismo de gênero, como os Mahu, na Polinésia e os Two-Spirits (Dois Espíritos) na América do Norte.
“A linguagem neutra não visa nos dividir, muito pelo contrário. Ela surge com a objetivo de tornar a comunicação inclusiva para todas as pessoas, ou seja, incluir todo mundo: mulheres, homens e pessoas trans, sejam elas binárias ou não binárias. Então, não é sobre separar ou colocar um grupo contra o outro", explicou Pri Bertucci, fundador do instituto [SSEX BBOX], responsável pela 1ª Marcha do Orgulho Trans no Brasil, em entrevista ao Queer no ano passado.
Agora você pode acompanhar o iG Queer também no Telegram! Clique aqui para entrar no grupo. Siga também o perfil geral do Portal iG.