Parada do Orgulho de Copacabana lota a orla da praia
Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Parada do Orgulho de Copacabana lota a orla da praia

Sem ocorrer ao longo de dois anos, por conta da pandemia de covid-19, as paradas do orgulho LGBT voltaram a colorir o Brasil. De acordo com levantamento, foram realizadas ao menos 275 paradas de orgulho LGBTQIAP+ em 2022.

O levantamento foi coordenado pelo jornalista Welton Trindade, ativista LGBT e sócio proprietário do Guia Gay e teve colaboração do presidente da Associação das Paradas do Orgulho LGBT de Salvador, Yorran Neri.

O estudo é feito por meio de informações vindas de relatório de mídia diário cedido pela empresa Linear Clipping, por pesquisas em redes sociais e sites gerais, contatos pessoais com ativistas e envio de dados pelos organizadores aos responsáveis pelo estudo.

Em comparação com 2019, último ano em que as paradas puderam ser realizadas no Brasil, houve uma queda na quantidade de eventos. Naquele ano, foram organizadas 297 marchas; 22 a mais que no ano passado.

A queda de 22 paradas não foi estudada pelos responsáveis, mas houve casos agudos ligados a financiamento. No Distrito Federal, por exemplo, ao menos 11 paradas deixaram de ser feitas por atraso no dinheiro obtido junto ao governo local.

Uma das maiores marchas do Brasil, a da Bahia, feita em Salvador, deixou de ser realizada depois de quase duas décadas pelo mesmo motivo.

Outra mudança ocorreu no ranking de unidades da Federação que mais realizam paradas em números absolutos. São Paulo deixou a liderança obtida em 2019 e ficou logo atrás da Bahia, que tinha sido a segunda naquela lista.

Em 2022, a Bahia teve mensagens ativistas e de visibilidade levadas por 61 paradas. Em território paulistano, 57. Três anos antes, São Paulo havia tido 54 eventos e o estado baiano 52.

O terceiro e o quarto lugares continuaram intactos, com Rio de Janeiro (26) e Pará (20) na terceira e quarta posições. Minas Gerais ficou em quinto lugar com 15 eventos.  Houve ao menos uma parada em todas as unidades da Federação.

Quanto a municípios, Salvador ficou ainda mais consolidada no seu recorde mundial. Em 2022, a cidade teve 33 marchas, 12 a mais do que em 2019. Em ambos os casos, a capital soteropolitana foi a cidade do mundo com mais paradas do orgulho do mundo.

"Há duas razões principais. Em ano eleitoral, mais comunidades conseguem apoio para realizar os eventos. Outro fator é o apoio que temos a cada ano da prefeitura, que isenta os organizadores de taxas administrativas”, explicou Yorran para elucidar a razão da subida.

Desde a primeira parada do orgulho LGBTQIAP+ em 1995, no Rio de Janeiro, as paradas cresceram em número e participantes, e tornaram-se os maiores atos de direitos humanos da história do Brasil.  Um exemplo, é o título que o Brasil recebe acerca da parada de São Paulo, que reúne cerca de 3 milhões, sendo a maior do planeta. 

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