Um dos motivos de maior felicidade de um presidiário é receber uma mensagem ou uma carta de pessoas que se importam com eles fora das grades. Assim, prisioneiros LGBTQIA+ que estão cumprindo pena nas cadeias dos Estados Unidos podem receber cartas de qualquer pessoa por meio do site Write a Prisoner, que em português significa Escreva para um Prisioneiro, para ajudá-los na redução da reincidência, conscientização e reinserção na sociedade.
O site -- que só tem versão em inglês -- foi criado em 2000 propõe que os usuários fiquem amigos dos presidiários, mas não impede que as pessoas se aproximem deles com intuitos românticos.
"Relacionamentos românticos com um presidiário se formam ocasionalmente. Quando isso acontece, alertamos as pessoas sobre as dificuldades de manter uma relação prisional. Além disso, enviamos ao preso nosso guia de autoajuda ('Mantendo um relacionamento na prisão'), sobre como manter um relacionamento saudável durante o encarceramento. Queremos que ambas as partes tenham todas as informações possíveis, pois é a melhor chance de fazer funcionar, considerando os desafios. Também temos um fórum para entes queridos encarcerados", explicam os organizadores.
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Dentro do site é possível fazer uma busca pelo tipo de pessoa com quem o usuário quer se corresponder, podendo-se eleger inclusive pela identidade sexual dele, abrangendo LGBTQIA+s de modo geral, bissexuais, lésbicas, gays e trans. A grande maioria dos perfis tem fotos dos presidiários e são verificados pelas equipes do site.
Em um deles, a presidiária Tessa Smithey, de 24 anos, bissexual, conta que está em busca de se corresponder por carta, falar ao telefone, fazer videochamada e até recebe pessoalmente. Ela também salienta que não está a procura de um relacionamento, mas se a conexão for mais profunda, estaria aberta.
"Estou procurando alguém com quem possa me conectar e com quem compartilhe hobbies e interesses semelhantes", explica. "Quando sair da prisão, meus objetivos são abrir meu próprio salão de beleza ou iniciar um resgate de animais. Sou uma grande amante deles e tenho paixão por ajudar os animais necessitados", comenta.
Já Eric Lysne, de 36 anos, que se identifica no perfil como LGBT, diz está aberto para conversar com todas as pessoas que queiram falar por e-mail, pelo correio ou até mesmo por telefone. Ele foi preso este ano e deve sair da cadeia somente em 2025.
"Eu sou engraçado, fácil de lidar e de mente aberta, e procurando o mesmo. Estou aberto a um relacionamento de longo prazo que podemos trabalhar para crescer durante meu tempo aqui, mas também aberto a um amigo por correspondência divertido que combine com meu estilo", detalha.
O site não disponibiliza o motivo pelo qual aquela pessoa está presa, apesar de ter um campo específico para isso. Alguns prisioneiros chegam a colocar na descrição o motivo de estarem ali, mas não é uma regra. De todo modo, os organizadores incentivam que o candidato busque informações em links que estão disponíveis no perfil de cada um deles.
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