O Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – formado por Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) – fez uma declaração conjunta ao regulador de mídia da Arábia Saudita. A organização disse que entrou em contato com a Netflix “à luz da recente observação de que a plataforma estava transmitindo material visual e conteúdo que viola os controles de conteúdo nos países do GCC”.
“(O conteúdo) viola valores e princípios islâmicos e sociais. Assim, a plataforma foi contatada para remover esse conteúdo, incluindo conteúdo direcionado a crianças, e garantir o cumprimento das leis”, disse o conselho, de acordo com o ‘Arab News’. Um comunicado acrescentou ainda que as autoridades “acompanharão o cumprimento das diretrizes da plataforma e, caso o conteúdo infrator continue a ser transmitido, as medidas legais necessárias serão tomadas” – conteúdo esse que, em teoria, “viola valores e princípios islâmicos e sociais”, incluindo materiais “dirigidos às crianças”.
Embora nenhuma produção tenha sido citada, é provável que o conselho esteja se referindo às obras LGBTQIAP+ disponibilizadas no catálogo da plataforma. Essa não é a primeira vez que países do Golfo batem de frente com distribuidoras de filmes, como a própria Netflix e a Disney, por conta de conteúdos LGBT. A animação ‘Lightyear’, da Disney-Pixar – spin-off de 2022 da franquia ‘Toy Story’ –, foi banida em mais de 14 países, como Arábia Saudita, Líbano e Emirados Árabes após a inclusão de um beijo entre pessoas do mesmo gênero na produção.
Galyn Susman, produtor de cinema, disse à agência ‘Reuters’ que a medida tomada pelos países foi “frustrante”, mas que a distribuidora não vai deixar de produzir conteúdos que abordem pautas LGBTQ+. “Nós não vamos cortar nada, especialmente algo tão importante quanto o relacionamento amoroso e inspirador que mostra ao Buzz o que ele está perdendo”, declarou.
Agora você pode acompanhar o iG Queer também no Telegram! Clique aqui para entrar no grupo. Siga também o perfil geral do Portal iG.