Erika Hilton, vereadora pelo PSOL, fez o requerimento para que a Câmara de São Paulo tenha uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar violência contra transexuais. A aprovação deve acontecer nesta terça-feira (23). A Casa já tem outras duas comissões já aprovada -- que investigam aplicativos de transporte e maus-tratos contra animais --, o número máximo são três.
O caso de Lorena Muniz, transexual que veio a São Paulo colocar próteses mamárias e morreu, foi mencionado por Hilton para mostrar a necessidade da CPI.
"Ela, porém, acabou morrendo após ter sido abandonada sedada na sala de cirurgia inalando fumaça enquanto um incêndio atingia a clínica", diz o texto. "Lorena foi mais uma vítima da violência de gênero que afeta pessoas trans e travestis e do descaso do Estado nos cuidados da saúde específica dessas pessoas".
O requerimento de Hilton acontece também pouco depois da própria vereadora registrar um boletim por ameaça dentro da Câmara Municipal de São Paulo. Depois do episódio, ela, que é uma mulher trans, teve sua segurança reforçada. Samara Sosthenes, da bancada Quilombo Periférico, e Carolina Iara, da Bancada Feminista, também foram alvos de ataques.
"No tocante à violência de gênero, o dossiê publicado pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) em 2020 aponta o Brasil como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. O Estado de São Paulo ainda o requerimento, apontando também para a subnotificação de casos e para a necessidade de um mapeamento mais preciso.