Sarah McBride , de 34 anos, entrou para a história dos Estados Unidos como a primeira pessoa transgênero eleita para a Câmara dos Representantes . Representando seu estado natal, Delaware, no nordeste americano, a democrata conquistou 57% dos votos contra os 42% do republicano John Whalen III, em uma disputa onde ela era amplamente favorita. Com uma campanha robusta que arrecadou mais de US$ 3,5 milhões (quase R$ 20 milhões), McBride superou de longe o valor angariado por seu adversário, de cerca de US$ 7 mil (R$ 40 mil).
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Antes da eleição, McBride ressaltou o caráter histórico de sua candidatura à agência Reuters, afirmando que ser a primeira em algo implica responsabilidades adicionais. "Mas nenhuma delas importa se eu não cumprir a responsabilidade de ser apenas a melhor integrante do Congresso que posso ser para Delaware," pontuou. A democrata já havia feito história ao ser eleita senadora estadual em 2020, onde atuou em um cenário político marcado por retrocessos nos direitos LGBTQIA+, com estados tentando barrar o acesso à saúde para transições de gênero.
McBride se envolveu na política formal no governo Obama, quando estagiou na Casa Branca em 2012, e se tornou a primeira pessoa trans a discursar em uma convenção nacional de um partido em 2016. Filha de um advogado e de uma orientadora educacional, ela cresceu em Wilmington e, em 2011, assumiu sua identidade como mulher trans. Em 2014, casou-se com Andrew Cray, um homem trans que faleceu dias depois do casamento devido a um câncer. Graduada em gestão pública pela American University, McBride foi ativa na vida acadêmica e liderou iniciativas culturais no campus.
Como senadora estadual, ela promoveu o acesso ampliado à saúde, a alfabetização midiática e a licença médica remunerada. Também publicou, em 2018, um livro de memórias, *Tomorrow Will Be Different*, com prefácio de Joe Biden, e lecionou políticas públicas na Universidade de Delaware. Em uma mensagem no X, McBride agradeceu aos eleitores de Delaware: "Delaware deixou uma mensagem clara e alta: precisamos ser um país que protege a liberdade reprodutiva, garante licença remunerada e cuidados infantis acessíveis, moradia, saúde e uma democracia inclusiva para todos."