As passeatas em prol da comunidade LGBTQIAPN+ ganharam força após a rebelião de Stonewall, desencadeada por uma incursão policial, no Stonewall Inn, um bar de Nova York frequentado majoritariamente por pessoas queers. O ato se tornou um símbolo de resistência contra a opressão e a discriminação, sendo o pontapé inicial para diversas manifestações nos Estados Unidos e no mundo.
Uma delas foi em 1997, na cidade de São Paulo. Considerada como a primeira Parada LGBTQIAPN+ do Brasil, o ato aconteceu no dia 28 de junho — data em que é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT+. Segundo os dados da Polícia Militar, o movimento reuniu cerca de duas mil pessoas, seguindo o tema "Somos muitos, estamos em todas as profissões".
Entretanto, para que ela ocorresse, foi necessário que uma drag queen se deitasse no asfalto da avenida da Paulista. Apenas assim o trânsito na maior avenida da capital paulista parou e o evento pode acontecer.
Kaká Di Polly, que faleceu em 2023, foi a responsável pelo feito. Drag queen e performer, foi uma das figuras mais icônicas nas décadas de 1980 e 1990, sendo considerada como uma pessoa lendária na comunidade.
As pessoas marcharam sob chuva até a praça Roosevelt, na região central. A ideia era dar uma maior visibilidade para comunidade LGBTQIA+ e lutar contra a discriminação.
A partir daquele ano, o evento político se tornou cada vez maior e mais organizado, batendo, em 2006, o recorde de maior Parada do mundo, reunindo mais de 2,5 milhões de pessoas. A conquista, inclusive, foi parar no Guinness World Records.
O momento, ainda que histórico para a comunidade LGBTQIAPN+, possui poucos registros, com imagens de baixa qualidade. O iG Queer separou algumas fotos resgatadas desse dia tão importante para a luta contra a discriminação no Brasil.