Xica Manicongo é considerada a primeira travesti não-indígena do Brasil
Twitter/@ErikakHilton - 05.04.2024
Xica Manicongo é considerada a primeira travesti não-indígena do Brasil

Nesta sexta-feita (5), a escola de samba Paraíso do Tuiuti anunciou qual será o enredo para o Carnaval de 2025: a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil. 

Nascida no Congo, Xica foi trazida ao Brasil no século 16 para ser escravizada em Salvador . Ela se recusava a vestir as roupas ligadas ao guarda-roupa masculino na época.

Nos documentos, Xica era descrita como um homem homossexual. Entretanto, ela teve sua história relida ao passar dos anos, sendo classificada como uma travesti.

A ativista negra Majorie Marchi foi a responsável por corrigir a história de Xica. Desde então, ela se tornou um símbolo à comunidade de travestis e transexuais brasileira, sendo vista como um ícone de resistência.

O anúncio foi feito no Instagram da Tuiuti. Eles escrevem: "'Quem tem medo de Xica Manincongo?' é o título do enredo do Paraíso do Tuiuti para o Carnaval 2025. A agremiação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, vai levar para a Marquês de Sapucaí a história da considerada a primeira travesti do Brasil. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos."

A decisão de contar a história de Xica foi reverenciada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) , a primeira transexual eleita para o Congresso Nacional. Em seu Twitter/X, Erika escreveu: "Xica teve sua história apagada por séculos, e o resgate de sua memória é também o fortalecimento das pessoas  LGBTQIA+ perante aqueles que até hoje querem nos ver na fogueira”. A parlamentar é líder da bancada do seu partido na Câmara dos Deputados.

O carnavalesco Jack Vasconcelos foi o responsável pelo enredo do Carnaval de 2024 da Tuiuti, trazendo um enredo em homenagem a João Cândido. Antes da Tuiuti, ele passou pela Mocidade Independente de Padre Miguel e pela Unidos da Tijuca.

Jack fez em 2018, junto a Tuiuti, o maior desfile da história, com o enredo "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”. O desfile foi vice-campeão daquele ano, e trazia a herança escravocrata nas relações trabalhistas no Brasil, além de criticar a recém-aprovada Reforma Trabalhista.

Na noite desta sexta-feira, a escola de samba também celebrará os 72 anos de Paraíso do Tuiuti. A festa contará com apresentações de diversas escolas de samba.

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