Yoav Atzmoni, um soldado israelita homossexual, de 31 anos, se destacou durante a semana ao segurar bandeiras do orgulho LGBTQIAP+ em território da Faixa de Gaza. A atitude foi com o proposito de cumprir uma promessa feita por ele, de levar uma bandeira arco-íris para o combate contra o Hamas.
A foto foi tirada como uma forma de desafiar as leis anti-gays do território, segundo disse Yoav ao jornal The Post. As imagens começaram a circular pelas redes sociais no fim de semana, quando alguns usuários notaram como a bandeira era uma declaração poderosa, considerando como as pessoas LGBTQ são oprimidas na faixa sob o domínio do Hamas.
“Me lembro, quando criança, de como aquela bandeira foi importante para mim”, disse o soldado ao canal Insider, no final de outubro.
Apesar de ter viralizado há poucos dias, Yoav afirmou que as fotos foram tiradas há pouco mais de duas semanas, em Al-Atatra, localizada ao norte da Faixa de Gaza. Em outra foto, o soldado surge com uma bandeira de Israel, usando as cores da bandeira LGBTQ+, em frente a um tanque de guerra.
Ele foi convocado para servir nas Forças de Defesa de Israel após o ataque terrorista do Hamas no dia 7 de outubro, que matou cerca de 1,2 mil israelenses, de acordo com o Insider. Desde então, Israel retaliou o Hamas, lançando uma campanha militar que matou milhares de pessoas em Gaza, tendo, inclusive, hospitais como alvo.
O soldado disse ao Insider que teme perder seus direitos, caso o Hamas se saia vitorioso. “Não vou deixar que me levem de volta ao armário”, disse ele, enfatizando que a bandeira representa o apoio que Israel demonstra à comunidade LGBTQ.
Por outro lado, alguns manifestantes anti-Israel que se autodenominam “Queers pela Palestina” foram ridicularizados nas redes sociais, tendo em conta a vida opressiva que as pessoas LGBTQ em Gaza podem enfrentar.
“A todos os ativistas LGBTQ anti-Israel, as IDF (sigla em inglês para “Forças de Defesa de Israel) enviam cumprimentos de Gaza!”, tuitou o ativista israelense Yoseph Haddad. “A propósito, esta é a primeira vez que esta bandeira é livre para ser hasteada em Gaza, caso você ainda não a entenda!”
Os cidadãos palestinos LGBTQ+ que vivem sob o domínio do Hamas enfrentam “severa perseguição e ostracismo”, de acordo com um relatório de 2022 da UN Watch. Gaza ainda segue leis que datam de 1936, que visam punir em até 10 anos de prisão pessoas que se relacionem com parceiros do mesmo sexo, segundo o Human Dignity Trust.
Israel começou a reconhecer os casamentos entre pessoas do mesmo sexo realizados no exterior em 2006 e permitiu a adoção de crianças por meio de barriga de aluguel em 2020, informou o Insider. No entanto, casais do mesmo sexo em Israel não podem se casar legalmente no país.