Leah Borromeo decidiu não rotular e filhe ao nascer
Reprodução/Instagram 19.06.2023
Leah Borromeo decidiu não rotular e filhe ao nascer

Desde que saiu da maternidade há três anos, a documentarista Leah Borromeo, de 43 anos, decidiu que criaria e filhe  sem qualquer tipo de gênero até que a criança seja capaz de decidir por si mesma quem é. A mãe disse que a decisão foi em acordo com o companheiro e pai da criança, Matt, e que não gosta dos papéis pré-determinados que a sociedade impõe a cada gênero.

“Muitas vezes você ouve coisas como 'não pode fazer isso porque é uma menina' ou 'não pode fazer algo porque é um menino'. A quantidade de restrições que ocorrem enquanto você cria os filhos, mesmo desde o nascimento, me faz sentir que você já está estabelecendo certos tipos de preconceito com isso", explicou ela ao jornal inglês Metro.

"Discutimos assuntos como por que a sociedade tende a atribuir certas coisas às crianças e tentar restringi-las, como azul é para meninos e rosa é para meninas. Queremos que nossos filhos cresçam e sejam eles mesmos", completou ela.

A documentarista - que também deixa aberto nas redes sociais para ser tratada como  "ela" ou "elu" - revelou que também pediu aos funcionários da escola onde e filhe estuda para que trate sempre no pronome neutro, o que foi bem recebido por todos. Leah também diz que sua criança é a única do berçário que é criade sem gênero.

“Viemos para conversar e conversar com outros funcionários e fiquei muito satisfeita, surpresa e feliz por eles terem dado apoio imediato e por estarem totalmente de acordo com meus pontos de vista", afirmou.

Os pais escolheram um nome bigênero para dar à criança quando nasceu, Riley, e optaram por não expor fotos com o rosto da criança nas redes sociais. A mãe ressaltou que quando um bebê nasce na maternidade, costumeiramente as enfermeiras já atribuem algum tipo de adjetivo de acordo com o gênero dela, por exemplo, meninos nascem "fortes" e meninas vêm ao mundo "bonitas", então quando vai fazer um elogio para e filhe, usa os dois adjetivos juntos.

Já na parte das roupas e brinquedos, Leah contou ao Metro que Riley toma a maior parte das decisões e sempre procura comprar os looks com uma grande variedade de cores e estampas. 

"Desde muito cedo, por volta dos três meses, eu mostrava padrões e cores na frente delu. Obviamente que elu não sabe, até certa idade, o que é um site de compras nem nada, mas agora se elu disse que quer uma calça listrada ou um vestido com esqueletos, então vamos sair e comprar", detalhou.

Outra atitude tomada pelos pais para conseguir dar os melhores exemplos foi despadronizar os trabalhos domésticos. Em casa, o pai é quem cozinha e limpa tudo, enquanto os dois trabalham em tempo integral. 

“Acho que ele fez quase todas as fraldas e ensinou boa parte sobre o uso do penico enquanto eu assumi o papel de cuidador secundário. Isso geralmente envolve encontrar atividades, comprar roupas e marcar datas para brincar", disse. "Incentivamos ativamente tudo, desde jogar beisebol até andar de bicicleta, fazer ginástica ou balé, cantar e todos os tipos de outras atividades diferentes".

A mãe contou que quando Riley está no playground com outras crianças e se elas perguntam "você é menino ou menina?", elu responde apenas "eu sou uma criança" ou "eu sou Riley".

"Crianças em playgrounds aleatórios e áreas de lazer geralmente se referem a elu com qualquer pronome que eles suponham ou queiram usar, e nós não os 'corrigimos', mas explicamos isso aos pais. Em última análise, estamos mais interessados ​​em ter uma criança que esteja mais em contato com o que sente, em vez de alguém que está prese a rótulos e construções sociais."

Crianças podem crescer sem a determinação de um gênero até que elas mesmas demonstrem o que são
Reprodução/Instagram 19.06.2023
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