Pocah foi uma das atrações de um trio da Parada do Orgulho LGBTQIA+
Rafaela Oliveira/iG
Pocah foi uma das atrações de um trio da Parada do Orgulho LGBTQIA+

Desde que era novinha, Pocah já percebia que sentia algo diferente pelas meninas, mas desejava ser heterossexual para satisfazer os desejos de sua família, que é cristã. A cantora lembra – em entrevista exclusiva ao iG Queer durante a Parada do Orgulho LGBTQIA+ , neste domingo (11) – que achava que fosse uma mulher lésbica , mas foi entendendo com o tempo que é  bissexual e precisou ser financeiramente independente para conseguir viver sua vida sem precisar se esconder.

“Enfrentei muito preconceito dentro da minha casa. Quando eu iniciei minha independência financeira, essa realidade mudou. A gente tem de trabalhar duas vezes mais para conseguir se provar dentro de casa. Quando eu falo na minha música ‘ninguém manda na minha raba’, eu quero dizer que, para enfrentar tudo, tem de ter muito peito. Comecei a ter meu próprio dinheiro com 15 anos de idade e, um ano depois, já era independente. Assim ficou mais fácil e eu já sabia o que estava fazendo. Só quem sabia o que eu passava era eu. Eu não me arrependo de nada”, conta.

Atualmente ela está noiva do empresário Ronan Souza e completa quatro anos de relacionamento no dia 6 de julho. Pocah exalta a parceria que tem com ele, rebate as críticas que recebe por namorar um homem e deixa claro que, da mesma forma, também poderia amar uma mulher.

“Ele respeita a minha bissexualidade. Tem gente que fica me questionando o porquê de eu estar com um homem, mas a letra B da  sigla LGBTQIA+ não é Beyoncé, gente. Eu sou bissexual! Espero que minha relação dure a vida inteira, mas não teria problema em amar outra mulher, como já amei”, diz.

Questionada pela reportagem como se sente sendo uma representante da comunidade LGBTQIA+, a cantora afirma que esta é uma grande responsabilidade e destaca que esse “título” também vem com uma dose de receio.

“Tenho medo quando as pessoas me tomam como exemplo porque não sou uma pessoa perfeita. Tem muita gente novinha que me vê como um espelho, mas eu posso errar como todo mundo. De todo modo, eu fico muito feliz que a comunidade LGBTQIA+ me abrace desde o começo dos meus 12 anos de carreira. Eles foram um dos primeiros a estarem do meu lado, consumirem a minha música e a dizer ‘estamos aqui com você’. Para mim é um prazer inenarrável. Isso me deu forças para assumir que eu sou.”

Para o segundo semestre, Pocah adianta que tem muitas novidades e música nova, mas esconde o jogo. Ela só deixa escapar que tem um desejo enorme de gravar uma música com a cantora drag queen Gloria Groove.  

“Ela é surreal, encaixa em qualquer ritmo sonoro. A gente tem um cover juntas e todo mundo fala que eu tinha muita vontade de gravar com ela”, finaliza.

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