Imagem de manifestação realizada em janeiro, pedindo pela liberdade de pessoas trans no Iran
Alisdare Hickson/Flickr
Imagem de manifestação realizada em janeiro, pedindo pela liberdade de pessoas trans no Iran

O Twitter removeu milhares de postagens sobre um protesto denominado como o “Dia da Vingança Trans” que está marcado para sábado ao lado da Suprema Corte dos Estados Unidos.

A chefe de segurança da plataforma, Ella Irwin, disse em um tuíte publicado nesta quarta-feira (29) que a remoção foi feita de maneira automática e excluiu mais de 5 mil tweets e retweets sobre o evento, independentemente do contexto.

“Não apoiamos tweets que incitam a violência, independentemente de quem os pública. 'Vingança' não implica protesto pacífico. Organizar ou apoiar protestos pacíficos está ok”, escreveu.

A explicação de Irwin, porém, veio depois de diversos protestos indignados de conservadores que também compartilharam o post sobre a manifestação, mas para condená-la.

Os usuários de direita atacaram a plataforma pela abordagem que, segundo eles, “aplica injustamente as regras”, já que estavam apenas retuitando o panfleto como uma forma de denúncia.

A suposta censura ocorreu poucos dias depois que Audrey Hale, um homem transgênero, matou a tiros três estudantes de 9 anos e três adultos , antes de ser morta pela polícia, em uma escola em Nashville.

Ativistas trans, por sua vez, apontaram que “Dia da Vingança Trans” é um meme que existe há anos e não é um apelo à violência. Evan Greer, diretora do grupo de defesa de esquerda sem fins lucrativos “Fight for the Future” (Luta pelo Futuro, em tradução direta), disse que as ações do Twitter são “o exemplo mais recente de grandes empresas de tecnologia que empregam padrões duplos na moderação de conteúdo”.

Evan Greer, diretora do grupo de defesa de esquerda sem fins lucrativos “Fight for the Future”
Reprodução/Twitter
Evan Greer, diretora do grupo de defesa de esquerda sem fins lucrativos “Fight for the Future”

“Eles são lentos a moderados com conteúdo voltado para pessoas trans, mas rápidos em nos silenciar quando falamos ou rechaçamos”, disse ela.

A ativista também apontou que o meme que já é usado há muito tempo pela comunidade trans para expressar “raiva e frustração sobre a opressão e a violência” que seus membros enfrentam diariamente.

“O contexto é tudo na moderação de conteúdo, e é por isso que as políticas de conteúdo devem ser baseadas em direitos humanos e aplicadas de maneira uniforme, não alteradas rapidamente com base na pressão pública ou nos ciclos de notícias”, acrescentou ela.

Publicação original divulgando a manifestação
Reprodução/Twitter
Publicação original divulgando a manifestação

Muitos dos tweets que o Twitter excluiu eram de usuários conservadores, sugerindo que havia uma possível conexão entre os comícios planejados em Washington e o tiroteio em Nashville.

Mas a TRAN (Trans Radical Activist Network), grupo que hospeda o protesto de sábado em frente à Suprema Corte dos EUA, disse que não tolera a violência. Em um comunicado, os organizadores disseram que o evento foi planejado antes de acontecer o tiroteio na escola.

“Vingança significa revidar com veemência”, escreveram os organizadores do protesto em seu site. “Estamos lutando contra narrativas falsas, criminalização e erradicação de nossa existência.”

* Com informações do The Post.

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