Internado, Ratinho se irrita e se recusa a usar 'todes' em vídeo

O apresentador não quis cumprimentar seu público com um "todes" porque "não sabia o que era" e alguns famosos debocharam da situação

O apresentador está internado em um hospital de São Paulo
Foto: Reprodução/Instagram 23.02.2023
O apresentador está internado em um hospital de São Paulo

O apresentador Ratinho está internado em um hospital de São Paulo e, ao gravar um vídeo para dizer ao público que estava tudo bem, na manhã desta quinta-feira (23), uma funcionária sugeriu que ele também se referisse às pessoas usando "todes", sem definição de gênero , mas ele se irritou e se recusou a usar a  linguagem neutra na mensagem em vídeo (assista ao final do texto).

"Estou me recuperando aqui dessa cirurgia pesada que eu fiz. Queria dizer a todos e a todas desse Brasil...", dizia ele quando foi interrompido pela funcionária que informou "chefe, tem que falar 'todes'". "Agora tem que falar 'todes'? Eu sou obrigado a falar 'todes'? Gravar de novo? Não vou gravar de novo. Vá para a p*ta que o pariu. Não vou gravar p**ra nenhuma. Que 'todes'? Que 'todes'? Eu não sei o que é 'todes'! Não vou falar... não vou. Some daqui, satanás", disse aos gritos.

Alguns famosos como o cantor sertanejo Edson Cardorini, o apresentador César Filho, a ex-Fazenda Valentina Francavilla e a cantora Mara Lima riram da situação com emojis de gargalhadas nos comentários do post. Já o cantor João Netto debochou da linguagem neutra.

"Todes é de beber com leite, Ratinho", seguido de um emoji de gargalhada.

Ratinho está internado no hospital Albert Einstein, na capital paulista, desde o início desta semana, após ter sido submetido a um procedimento cirúrgico no joelho direito e ainda não há previsão de alta.

Sem gênero

A linguagem neutra não é nenhuma novidade . No latim, a palavra “illud” dizia respeito ao gênero neutro e estaria em um lugar além do “ela” e “ele”. Entretanto, esse pronome foi perdido ao longo dos anos e das adaptações da língua, por diversos motivos, mas o principal foi a colonização. 

Assim como a linguagem neutra,  a não binariedade também não é uma novidade, mas foram apagados com os processos da invasão europeia em sociedades originárias e que fugiam do binarismo de gênero, como os Mahu, na Polinésia e os Two-Spirits (Dois Espíritos) na América do Norte.

“A linguagem neutra não visa nos dividir, muito pelo contrário. Ela surge com a objetivo de tornar a comunicação inclusiva para todas as pessoas, ou seja, incluir todo mundo: mulheres, homens e pessoas trans, sejam elas binárias ou não binárias. Então, não é sobre separar ou colocar um grupo contra o outro", explicou Pri Bertucci, fundador do instituto [SSEX BBOX], responsável pela 1ª Marcha do Orgulho Trans no Brasil, em entrevista ao Queer no ano passado. 

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