A vereadora Carla Ayres (PT), de Florianópolis, declarou na última quinta-feira (8) que nada justifica o assédio pelo qual ela passou nesta quarta-feira, na Câmara Municipal. O ocorrido se deu quando os vereadores falavam de uma proposta no plenário quando ela foi beijada à força no rosto pelo vereador Marquinhos da Silva (PSC). “É uma liberdade que expressa, na verdade, como o machismo se manifesta e autoriza os homens a usarem gestos desse tipo para cima das mulheres. Ele não é meu amigo, pai, tio, namorado”, disse ela à CNN Brasil.
Contudo, para a vereadora o episódio foi ainda mais grave pelo fato dela ser lésbica. “Todo mundo sabe disso, e isso se torna ainda mais violento, indecoroso e nojento, para dizer o mínimo”, continuou. Segundo Carla, ela já conversou com a advogada e o Conselho de Ética da Câmara será acionado, além da solicitação para as medidas cabíveis. “Essa brincadeira é extremamente violenta e constrangedora, porque estava sendo transmitido ao vivo”, disse Ayres.
A Câmara Municipal declarou que “repudia todo e qualquer ato e reafirma sua atuação no combate contínuo de toda e qualquer ação de violência contra as mulheres”, e que “sobre o caso denunciado, tão logo o processo chegue à Mesa Diretora, será realizada a apuração dos fatos seguindo os ritos administrativos disciplinares desta Casa Legislativa”.
Marquinhos da Silva chegou a publicar um pronunciamento, que diz: “Reconheço meu erro em abordar a vereadora de maneira inconveniente, sem a sua autorização, e diante disso peço minhas sinceras desculpas a ela e a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelo meu ato. Ressalto que em nenhum momento agi de maneira má-intencionada [sic], porém, fui infeliz em invadir o seu espaço”.