O conselho médico da Flórida, Estados Unidos, restringiu o acesso a cirurgias e processos de transição de gênero por meio de uma votação finalizada na última sexta-feira (5). No Holiday Inn, em Disney Springs, o debate surgiu quando o conselho médico estadual e o Conselho de Medicina Osteopática da Flórida votaram para proibir efetivamente os principais métodos cirúrgicos e terapias hormonais para pessoas transgênero.
O novo padrão de atendimento impede que os médicos prescrevam medicamentos e bloqueadores de hormônio – usados por pessoas trans que entram na puberdade – e vetam o acesso a cirurgias a qualquer paciente menor de 18 anos. O profissional que violar a norma corre o risco de perder a licença, e a única exceção são pacientes que já estão passando pelo processo de transição e para as crianças inscritas em estudos clínicos.
“Vamos ser a luz para o mundo para determinar qual é o melhor atendimento para essas pessoas”, declarou o presidente Dr. David Diamond durante a votação. Esse tipo de abordagem é uma parte muito importante do debate político enquanto o atual governador da Flórida, Ron DeSantis, tenta se reeleger. Ele tem uma agenda conservadora e já deu seguimento a várias leis anti-LGBT, como a “Don’t Say Gay”, que proíbe professores do jardim de infância a falarem de gênero e sexualidade em sala de aula.
DeSantis já anunciou abertamente que pretende proibir todos os procedimentos relacionados à transição de gênero na Flórida – proibição que foi negada duas vezes. Algumas organizações médicas, como a ‘American Medical Association’ e a ‘American Academy of Pediatrics’ se manifestaram contra o impedimento do processo de transição anteriormente.
“As crianças transgênero, como todas as crianças, têm a melhor chance de prosperar quando são apoiadas e podem obter os cuidados de saúde de que precisam”, escreveu a ‘Associação Médica Americana’ em um comunicado, após o estado de Arkansas instituir uma proibição estatal dos cuidados do processo de transição em 2021.
Tiveram manifestações contra as medidas na Flórida. Vídeos de dentro da sala de votação mostram cidadãos segurando cartazes enquanto cantam: “Não seremos silenciados, Stonewall foi um tumulto”.
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