Uma ativista transgênero que foi deportada de volta para Honduras, país da América Central, em julho, após pedir asilo nos Estados Unidos, foi morta a tiros por homens armados no final de outubro. A mulher, chamada Melissa Nuñez, 42 anos, morreu em Morocelí, mais de 60 quilômetros a leste da capital, Tegucigalpa. Os atiradores, dois homens não identificados, estavam em uma motocicleta, de acordo com a mídia local.
Segundo a iniciativa sem fins lucrativos ‘Reportar Sin Miedo’, Melissa saía de casa quando foi assassinada. A polícia disse que ela estava falando ao celular quando foi baleada, de acordo com informações da Associated Press. “Acredita-se que o motivo por trás do crime seja uma questão pessoal com seus inimigos”, disse o porta-voz da polícia, Miguel Carranza.
A irmã de Melissa Nuñez, Glenda de Jesús Nuñez, contou que a vítima viveu nos Estados Unidos por 25 anos antes de visitar a família em Honduras. Indyra Mendoza, coordenadora geral da Cattrachas, organização feminista lésbica com sede em Tegucigalpa, disse que Melissa viajou para o país de origem em dezembro de 2021 e tentou retornar aos Estados Unidos em julho, quando foi impedida de entrar. Ela morava em Miami na época, após anos residindo em Nova York.
Ao Washington Blade, Mendoza disse ainda que Melissa pediu asilo nos EUA, mas não sabe o motivo. Segundo Cattrachas, ela é a 34ª pessoa LGBT morta em Honduras neste ano. “Eles continuam a nos matar, continuam a violar nossos direitos”, disse Danny Reyes, que faz parte da organização de defesa LGBTQIAP+ Rainbow Movement. “Exigimos que o governo hondurenho faça o possível para começar a garantir a justiça social”, acrescentou.
Merlin Eguigure, coordenadora do Movimento Visitación Padilla Mulheres pela Paz, também comentou o caso. “A violência em Honduras continua aumentando. O governo deve declarar estado de emergência nesta questão”. No mês passado, amigos e apoiadores da causa trans se reuniram no Queens em uma vigília à luz de velas pela Make the Road New York, maior organização de base progressista liderada por imigrantes no estado de Nova York. A movimentação incluiu fotos de Melissa com mensagens como “Pare de nos matar” e “Justiça pela Melissa”. Em comunicado, a Make the Road New York disse que Nuñez “lutou para que as comunidades trans pudessem andar em público sem serem assediadas pela polícia, descriminalizar o trabalho sexual, criar mais proteções para todas as comunidades imigrantes. Vamos transformar essa raiva… em ação para que o encarceramento e deportação de nossas irmãs trans terminem agora”, concluiu.
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