Zander Moricz foi o primeiro presidente do corpo estudantil abertamente gay da Escola Pine View, em Osprey, na Flórida (EUA). No início de maio, Moricz publicou via Twitter que o diretor da escola o havia chamado para dizer que o microfone seria cortado caso ele se referisse ao ativismo LGBTQ+. O discurso aconteceu neste domingo (22) e ele estava determinado a falar sobre suas experiências de qualquer maneira.
"Eu sou o primeiro presidente de classe abertamente gay na história da minha escola - essa censura parece mostrar que eles querem que eu seja o último", tuitou. "Esta ameaça não é a primeira que eu recebo da administração sobre meus direitos queer".
O ativista escreveu que sofreu ameaças de forma semelhante quando ajudou a organizar uma paralisação estudantil para protestar contra a aprovação da lei que proíbe professores de ensinar sobre questões de gênero e orientação sexual para jovens alunos do ensino fundamental e proíbe qualquer instrução quando "não é apropriado para a idade ou para o desenvolvimento".
Apesar das ameaças de censura, Moricz encontrou um jeito de falar sobre sua orientação sexual sem usar a palavra “gay”, se referindo ao seu cabelo cacheado como um eufemismo.
“Haverá tantas crianças com cabelos cacheados que precisam de uma comunidade como Pine View e não terão”, iniciou. “Em vez disso, eles tentarão se consertar para que possam existir no clima úmido da Flórida”.
Ao Good Morning America (Bom dia América) da ABC, o ativista disse que que se a lei “Don’t Say Gay” estivesse em vigor quando ele começou no ensino médio, ele não teria se assumido. “Isso efetivamente tira o único espaço seguro garantido da maioria da popilação LGBTQ+ daqui”, disse Moricz.
A Pine View teria aprovado com antecedência o discurso de Moricz seguido de uma nota que dizia que “os estudantes são lembrados de que uma formatura não deve ser uma plataforma para declarações políticas pessoais e medidas apropriadas seriam tomadas caso necessário”.
Moricz se disse frustrado com a experiência.
“Eu sabia que a ameaça de cortar o microfone era muito real, então eu não ia deixar isso acontecer e eu tinha que ser esperto sobre isso. Mas eu não deveria precisar, porque eu não existo como eufemismo e mereço ser celebrado como de forma real”.
Prestes a ingressar em Harvard, o jovem disse que a lei da Flórida foi projetada para tornar escolas inseguras para pessoas LGBTQ+. “A escola era um lugar essencial para mim. Isso me ajudou a descobrir quem eu era, me ajudou a ter confiança para falar como eu estou falando e ser quem eu sou, e isso deve ser garantido”, completou.
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