A nova versão da novela " Pantanal
" estreou na última segunda-feira (28) na TV Globo e está recebendo bastante elogios. A trama original, exibida em 1990, passou por uma reformulação para se adaptar aos novos tempos. No entanto, o influenciador Ivan Baron afirma que houve um resquício capacitista mantido na novela.
Em seu Instagram, Ivan, que é conhecido como influenciador da inclusão, cita as mudanças de enredo propostas pela Globo para não repetir alguns preconceitos e estereótipos. Por exemplo, falas machistas foram retiradas e as personagens femininas se tornaram ainda mais complexas.
Ivan também cita o caso do mordomo Zaqueu, que na versão original foi interpretado por João Alberto Pinheiro e, na nova versão, por Silvero Pereira. "[Ele] era um personagem gay que chegava a virar peão de fazenda, mas que só aparecia nas cenas cômicas. Ou seja, era motivo de chacota da novela", explica o influenciador.
"Nessa nova versão, ele continuará sendo gay, mas deixará de ser alvo de piadas homofóbicas. A meta é um personagem mais empoderado e comprometido com as causas sociais", acrescenta.
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No entanto, ele afirma que a produção deixou passar o apelido da personagem Muda, que finge não saber falar para conseguir guardar um segredo. Na versão original ela foi interpretada por Andréa Richa e, agora, Bella Campos assume o papel.
"Algo bem problemático, né? Banalizar deficiências e usá-las como apelido também deveria ser evitado. A solução não seria acabar com a personagem, mas mudar o seu nome e deixar de trazer esse viés capacitista", indica Ivan.
Na visão do influenciador, a manuteção do nome da personagem é algo capacitista. O capacitismo é um conjunto de ações e ideias opressoras que visam a discriminação de pessoas com deficiência. Esses ideais são mantidos tanto no dia a dia como de forma mais ampla como por estruturas e instituições que regem a sociedade, excluindo, vitimizando e desumanizando pessoas com deficiência. Além de piadas com deficiência, o capacitismo também subestima que uma pessoa com deficiência possa viver uma vida como qualquer outra e desenvolver funções corriqueiras, por exemplo.