Casal lésbico relata LGBTfobia em evento da escola de samba Portela

Funcionária da escola de samba interrompeu beijo porque "havia crianças" no evento; Portela se desculpou

Portela se responsabilizou e se desculpou por LGBTfobia em evento
Foto: Wikipedia/Reprodução
Portela se responsabilizou e se desculpou por LGBTfobia em evento

Um casal formado por duas mulheres lésbicas relatou ter sofrido LGBTfobia por parte de uma funcionária da escola de samba Portela, no Rio de Janeiro, no evento Feijoada da Portela, que ocorreu no último sábado (5). O relato foi feito nas redes sociais pela página Caldo de Piranha, uma roda de estudos de samba entre mulheres. Portela se responsabilizou pelo ocorrido.

O evento trouxe shows de Teresa Cristina e Leci Brandão e, em meio ao show, duas das mulheres que integram o coletivo Caldo de Piranha trocaram um beijo. "Nesse cenário aparentemente acolhedor, duas de nós tiveram um beijo interrompido por funcionária do local, com o dito de que haviam crianças ao redor e pessoas incomodadas", relatam.

"A funcionária da Portela que pediu para que não nos beijássemos mais. A funcionária disse que atendia ao pedido de pessoas no local que alegavam estar com crianças e constrangidas. Enquanto as duas mulheres elaboravam o choque da intervenção - havia outros casais se beijando ao redor, outras de nós procuramos a segurança do local para fazer a denúncia", continuaram na legenda da publicação.

A equipe acionou a segurança local, que pediu para que o grupo retornasse em horário comercial para prestar queixa à diretoria da escola de samba. A equipe da Portela também informou que poderia se tratar de uma funcionária terceirizada. "Decidimos por publicizar esse ocorrido no intuito de cobrar um posicionamento oficial de agremiação com relação à LGBTfobia e às medidas que tomará para que eventos dessa ordem não ocorram mais no espaço da escola", afirma o grupo.

No post, as mulheres continuam a afirmar que receberam outras denúncias de pessoas que sofreram ataques LGBTfóbicos em outras escolas de samba além da Portela. "[Isso] reforça a nossa oposição a qualquer tipo de medida punitivista, que prejudique os trabalhadores individualmente. Pedimos medidas afirmativas, que envolvam formação e orientação, que mobilizem um trabalho coletivo de educação e conscientização antilgbtqia+fóbica dentro das escolas de samba", conclui o coletivo.

Portela se pronunciou

Nesta quinta-feira (10), a escola de samba procurou o coletivo, se desculpou, se responsabilizou e afirmou que tomará providências para que o comportamento não se repita.