"Sinto mais disforia com o cabelo curto", diz Linn da Quebrada no BBB
A cantora explicou que adora se ver com o cabelo mais curto, mas isso abre espaço para que pessoas transfóbicas a vejam mais no masculino
Linn da Quebrada estava conversando com Laís, Brunna Gonçalves e Vyni no quarto Lollipop neste sábado (19) e falou que se sente obrigada a usar maquiagem no rosto por mais tempo quando está com o cabelo mais curto. Ela disse que se sente mais vulnerável à transfobia quando com o atual cabelo e, consequentemente, se sente menos feminina e disforia.
"Eu sinto um pouco mais de disforia. O mundo nos faz disfórica. Sem o cabelo comprido, sem as tranças, eu sinto que é mais fácil para o mundo me tratar no masculino, não ver a feminilidade que eu já carrego no meu corpo. Ao invés disso, tento construir o estado de euforia. Ao invés de me sentir disfórica com meu corpo e rosto, vou usar dos artifícios que tenho para entrar no estado de euforia", explicou.
A cantora também salientou que, particularmente, gosta muito de ter o cabelo curto, inclusive raspar a cabeça, mas teme fazer isso justamente para parecer mais feminina a todo o tempo.
"Eu gosto de cabelo curtinho, já cortei muito. (...) Sabe o que gosto? De raspar a cabeça. Raspei uma vez durante um show na Alemanha. Era um show que ninguém poderia gravar, então quem viu estava lá. Eu ainda nem tinha colocado próteses. Agora sou louca para me ver careca [de novo], chiquérrima, com uma tatuagem na cabeça, bem 'musculé'”, disse.
Por último, Vyni pediu licença para perguntar se ela ainda pretendia fazer mais intervenções cirúrgicas e Lina respondeu que ainda quer ter um corpo mais curvilíneo e deixar os traços do rosto mais finos e delicados.
"Eu pretendo mudar minha genética, ficar mais curvilínea. Às vezes eu penso em fazer alguma coisa no meu rosto, mexer na boca e deixar o rostinho pequeno, com um corpão. Eu sou apaixonada pelo meu corpo e pela ideia de tudo o que meu corpo pode se transformar, só remodelando as coisas. Eu gosto da confusão que o meu corpo causa. Me lembro que quando coloquei próteses e olhei para o espelho... é muito chique ser eu, com minha genital e com os peitos. Quando alguém tentava me tratar no masculino, eu falava que o problema era mais com a pessoa do que comigo."
** Felipe Carvalho é formado em jornalismo pela Universidade de Taubaté, trabalhou em grandes portais e revistas de entretenimento como Guia da Semana, O Fuxico, Caras, UOL, Glamour e Marie Claire. Além disso, é formado como ator pela Escola de Atores Wolf Maya, já tendo feito participações em novelas e interpretou personagens em mais de 15 peças teatrais. No iG, é editor de Turismo, Queer e do Canal do Pet.