Resistência: músicas LGBTQ+ lançadas na época da ditadura militar

Censura

A ditadura militar no Brasil começou em 1964 e durou até 1985. Ao longo deste período, muitas medidas de censura foram aplicadas, especialmente após o AI-5 (Ato Institucional Número Cinco), em 1968. Ele foi a iniciativa mais restritiva da ditadura, naquela época os artistas e profissionais de comunicação tinham pouca ou nenhuma liberdade de expressar opiniões e manifestações políticas

Reprodução/ Memórias da Ditadura

Música brasileira

Apesar de todas as restrições, alguns artistas conseguiram passar mensagens em prol da diversidade por meio da música. As canções são reconhecidas até hoje como um ato de resistência ao regime militar

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“O Vira”

A canção de Ney Matogrosso, Secos e Molhados, é repleta de metáforas sexuais e traz uma mensagem de apoio à diversidade de ser e se relacionar

Divulgação

“Bárbara”

Chico Buarque canta sobre o amor entre duas mulheres e o desejo delas de ficarem juntas. O melhor é que a letra é livre de fetichização e estereótipos: ‘O meu destino é caminhar assim / Desesperada e nua / Sabendo que no fim da noite serei tua / Deixa eu te proteger do mal / Dos medos e da chuva’

Divulgação/Fe Pinheiro

“Emoções”

Essa música de Wando pode ser considerada a primeira canção brasileira que retrata em linguagem poética o envolvimento sexual entre dois homens: ‘A lua iluminou teu corpo / Moreno, bonito, pra me provocar / No teu rosto um riso lento / Misturado ao pranto vi desabrochar / Te agasalhei nos braços, pele, mãos, espaços, acariciei / Te amei suavemente, e tão docemente, eu me fiz teu rei’

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“Cheirando a Amor”

Angela Ro Ro foi a primeira cantora de MPB a assumir-se publicamente LGBT. Em 1979, lançou essa canção confessional: ‘Que preconceito barato / Que o cão caça o gato / Me morde e me desafia / Só meu olhar lhe arrepia’

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“Menino do Rio”

Nesta música, Caetano Veloso usou a linguagem lírica e delicada para falar sobre a homossexualidade: ‘Menino vadio / Tensão flutuante do Rio / Eu canto pra Deus / Proteger-te / O Havaí, seja aqui / Tudo o que sonhares / Todos os lugares / As ondas dos mares / Pois quando eu te vejo / Eu desejo o teu desejo’

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“Nobreza”

No início da década de 80, Djavan compôs a música ‘Nobreza’, que possui o verso ‘Dois homens apaixonados’: ‘Uma grande amizade é assim / Dois homens apaixonados / E sentir a alegria de ver / A mão do prazer acenando pra gente / O amor crescendo enfim / Como capim pros meus dentes’

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“Close”

No rock pós-jovem guarda, Erasmo Carlos fala sobre travestis, e por causa do título da canção ela foi associada à travesti mais famosa da época, Roberta Close. ‘Tão quente que o sol se ressente / Seus raios batem palmas pra ela / Que acende um cigarro no corpo / Dá um close nela!’

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