Vítor diCastro defende pena para internautas infratores: "É urgente"
Alvo de informações falsas recentemente, influenciador falou sobre o assunto ao Portal iG
O influenciador Vítor diCastro tomou um susto nos últimos dias ao receber, por meio de sua caixa de mensagem no Instagram, um vídeo seu totalmente reeditado e fora de contexto. No arquivo em questão, que foi originalmente produzido para a página @QuebrandoOTabu, Vítor disserta sobre “ideologia de gênero”, porém, da forma que o material foi difundido dá a entender que o produtor de conteúdo defende a pedofilia.
“O primeiro sentimento que veio foi o de raiva, olhei [o vídeo] e fiquei com raiva, a gente tem muito trabalho, trabalho de pesquisa, escreve roteiro, gravamos, editamos e faz tudo bonitinho para chegar alguém completamente mal-intencionado e reeditar as imagens, sabe? Fiquei muito raiva. A minha vontade era de ir até essas pessoas, e falar: ‘Olha, ou você tira ou vou mover um processo’. Eu já queria fazer um barraco, mas eu decidi que era melhor não fazer isso”, comentou Vítor em entrevista exclusiva ao Portal iG .
Após uma conversa com seus advogados, o influencer chegou a conclusão que comprar uma briga com criadores de informações falsas não seria a melhor maneira de solucionar o problema criado. “Eles, então, orientaram que o melhor seria não comprar uma briga com quem postou, mas conversar com meu público que essa fake estava circulando para que ela soubessem. Gostei disso e coloquei meu lado didático em ação”, lembrou ele.
Não é de hoje que Vítor diCastro aborda pautas polêmicas em suas redes sociais, quem o acompanha sabe que após a frase “nós precisamos falar sobre…” vem algum assunto sério e atual. Colocado na discussão involuntariamente, o influenciador não nega o choque quando percebeu a repercussão do vídeo falso. “Eu não soube como agir quando me vi nisso. Acho que o que me segurou emocionalmente foi exatamente o fato de eu falar sobre isso há muito tempo. Já sofri ameaças de morte várias vezes, então foi um choque, mas serviu para eu aprender, pois, provavelmente não será a última vez que acontecerá”, pontuou.
“Vão estudar”, um recado para os haters
Questionado se mandaria algum recado para as pessoas que distorceram seu discurso, Vítor não mediu palavras. “Diria para que fossem estudar, acho que falta um interesse nessas pessoas em perceberem que essas discussões [de gênero e sexualidade] não são discussões de privilégios, quem criou isso [vídeo falso] sabe exatamente o que está fazendo, sabe que é mentira, agora se você está criando uma fake para confirmar o pensamento que você tem, significa que o seu pensamento é tão mentiroso, tão falso quanto aquele vídeo que você está reeditando. Nesse caso você só pode ser duas coisas burro ou mal-intencionado”, dissertou.
Feliz ou infelizmente, por conta da repercussão do vídeo de Vítor diCastro, um debate sobre as limitações e fiscalização da internet foi novamente levantado nas redes. Sobre isso, ele vê como ponto positivo na situação. “Eu acho ótimo que isso tenha acontecido, já está mais do que na hora de isso ser discutido, é uma pauta que está caminhando, mas a passos curtos, precisamos ter leis que punam internautas infratores, precisamos que as redes se responsabilizem pelo que está sendo criado e postado ali”, alertou o influenciador, que ainda citou o caso do filho da cantora Walquíria, que se suicidou por conta de comentários homofóbicos nas redes. “Eu acho que a criação de regras é urgente, a gente tem que parar com isso agora. Eu sou um homem, tenho 32 anos, para mim, isso bate diferente, mas se fosse eu há 15 anos atrás? Será que eu não teria me suicidado ou teria saído das redes? A gente precisa de um regulamentação melhor da internet, tanto para quem cria, tanto para quem está ali se divertindo”, encerrou ele.