Casamentos entre mulheres crescem 4,9% em 2023, diz IBGE

Foram registrados 940.799 casamentos ao longo de 2023, uma redução de 3% em comparação com 2022

Ministério Público Federal pede cancelamento de projeto de lei que visa proibição de união homoafetiva
Foto: rawpixel.com/Freepik
Ministério Público Federal pede cancelamento de projeto de lei que visa proibição de união homoafetiva

O número de casamentos no Brasil voltou a cair em 2023 , conforme revelam os dados das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta sexta-feira (16) pelo IBGE .

Foram registrados 940.799 casamentos ao longo de 2023,  uma redução de 3% em comparação com 2022 . A queda atinge tanto os casamentos heterossexuais (recuo de 3,7%) quanto os entre dois homens (diminuição de 5,9%). A exceção ficou por conta das uniões homoafetivas entre mulheres, que cresceram 4,9%.

Apesar da leve recuperação observada nos anos pós-pandemia, os dados de 2023 indicam uma retomada da tendência de queda. A pandemia, aliás, provocou um baque no número de casamentos: de um milhão em 2019 para apenas 757 mil em 2020.

Historicamente, o número de uniões civis vem diminuindo desde a década de 1980, quando a taxa de nupcialidade era de 12,2 por mil habitantes, número que caiu para 6 no ano 2000.

Outro destaque do levantamento é o envelhecimento dos noivos. A idade média ao se casar subiu para 29,2 anos entre as mulheres e 31,5 anos entre os homens.

Divórcios 

Por outro lado, os divórcios continuam em alta. Em 2023, o  Brasil registrou 440.827 separações legais, o maior número da série histórica. O tempo médio entre o casamento e a dissolução caiu para 13,8 anos (em 2010, era de 16 anos) , e quase metade dos divórcios ocorreram em casamentos com menos de uma década de duração.

Além disso, mais da metade das separações envolveram casais com filhos menores de idade.

A guarda compartilhada vem se tornando cada vez mais comum. Em 2014 , apenas 7,5% dos divórcios judiciais com filhos menores adotavam esse modelo. Em 2023, o índice saltou para 42,3%.

Uniões homoafetivas

Bandeira LGBT +
Foto: Getty Images
Bandeira LGBT +

Outro ponto que chama atenção no estudo é o crescimento das uniões homoafetiva s. Com 11.918 registros , os casamentos entre pessoas do mesmo sexo bateram novo recorde desde que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconheceu, em 2013 , o direito ao casamento civil de casais LGBTQIA+. Ainda assim, essas uniões representaram apenas 1,9% do total de casamentos no país.

A pesquisa também revelou uma transformação no perfil dos cônjuges. O número de casamentos envolvendo pelo menos um viúvo ou divorciado mais que dobrou em duas décadas: passou de 12,9% em 2003 para 31,3% em 2023.

Nesses casos, a idade média dos noivos é de 41,3 anos (mulheres) e 45,2 anos (homens).

Centro-Oeste foge da regra

Em meio ao cenário de queda generalizada, a região Centro-Oeste destoou da tendência nacional. Foi a única a registrar aumento no número de casamentos, com crescimento de 0,8%.

Além disso, teve a maior taxa de nupcialidade do país, com 6,5 uniões por mil habitantes. Também foi a única região a apresentar crescimento no número de nascimentos, outro dado que chama atenção em meio à queda da natalidade registrada em outras partes do Brasil.