O deputado federal David Miranda foi um político carioca LGBT+ ativista da causa queer. Ele morreu nesta terça-feira (9), na véspera de seu aniversário de 38 anos. O ativista estava internado há nove meses para tratar uma infecção gastrointestinal, que evoluiu para um quadro de septicemia
David era casado com o jornalista Glenn Greenwald, com quem teve três filhos. "Ele morreu em paz, cercado por nossos filhos, pela família e por amigos", escreveu o marido do deputado nas redes sociais. O casal estava junto havia 18 anos.
Miranda foi o primeiro homem cis abertamente gay eleito para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, pelo partido Psol. Depois ele assumiu uma vaga na Câmara de Deputados, em Brasília, após a renúncia de Jean Wyllys, outro parlamentar ativista da causa LGBT+.
Nascido e criado na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, David era conhecido por desenvolver trabalhos sociais com a comunidade LGBT+ periférica. Ele ajudou, por exemplo, a Casa Dulce Seixas, “a única casa de acolhimento na Baixada Fluminense que acolhe LGBTQI+ em vulnerabilidade social”, a conseguir o CNPJ, além de visitar a casa na sua "1° Roda de Conversa".
Em fevereiro de 2016, Miranda coordenou uma campanha em defesa do programa “SOS Rio Sem Homofobia” após cortes de verbas do projeto estadual. A campanha tocada por Miranda e a Casa da Juventude contou com o engajamento de jovens ativistas e personalidades brasileiras.
Na capital carioca, em dois anos de mandato como vereador, David teve mais de 15 projetos e proposições aprovadas. Entre eles, o direito de travestis e pessoas trans de usarem o nome social em instituições públicas
Seu primeiro projeto de lei na Câmara Federal determinava medidas protetivas para a população LGBTQIA+, relacionadas à Lei Maria da Penha, que visavam proteger pessoas em situação de violência.
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