Travesti? Veja fantasias que não devem mais ser usadas no Carnaval

Tenha consciência na hora de escolher!

A época mais aguardada do ano para os brasileiros chegou: o Carnaval, momento de aproveitas os bloquinhos de rua, os desfiles das escolas de samba e a folia durante os dias de fevereiro. Porém, todo ano é preciso relembrar que: liberdade de expressão não deve ser usada como meio de ultrapassar limites e caçoar de pessoas, culturas, etnias ou enfatizar personalidades problemáticos da história. Pensando nisso, o iG Queer separou algumas dicas de fantasias que não devem mais ser cogitadas para uso — tanto no Carnaval, como após; confira:

Reprodução/Pexels%2C Maria Luiza Melo - 07.02.2023

1. Mulher/Travesti

Travesti não é fantasia. Se vestir de mulher ridiculariza figuras femininas e ofende identidades travestis e transsexuais. Além de colocar essas identidades mais uma vez como algo ‘para rir’ ou até mesmo invalidar suas existências na sociedade. Enquanto mulheres e pessoas transgênero forem vistas como fantasias ou como anomalias, o cenário de barbaridade não irá mudar.

Valter Pontes/Prefeitura de Salvador

2. Indígena, pessoas asiáticas, ciganas etc

Os povos indígenas lutam, diariamente, para terem seus direitos reconhecidos. É um desrespeito se apropriar de suas vestimentas e acessórios e transformar sua cultura diversa em um estereótipo, muitas vezes caindo na representação do ‘índio’, termo que também é ofensivo. Além disso, outras culturas não devem ser usadas como algo ‘a se vestir’. Quando tratamos de culturas e religiões, é melhor evitar. Por isso, substitua a fantasia de indígena, havaiana, baiana, cigana, odalisca, pessoas asiáticas etc, por outra. Algumas pessoas podem não se ofender, mas é sempre melhor evitar.

Reprodução/Instagram - 17.02.2023

3. Pessoas criminosas da vida real

Se fantasias de criminosos da vida real não é nada legal, embora os personagens fictícios possam ser uma exceção, quando atravessa a vida pessoas na realidade, isso deixa de ser uma mensagem bacana e se torna uma forma de enfatizar o que essa pessoa acreditava (ou acredita). Isso porque, quando nos fantasiamos, geralmente prestamos automaticamente uma homenagem àquela, então nada de fantasias de Adolph Hitler, Goleiro Bruno, Suzane Von Richthofen, Ted Bundy ou Jeffrey Dahmer.

Reprodução/Internet - 17.02.2023

4. Blackface

Se fantasiar de pessoas negras ou colocar um black power não é fantasia, e isso já é difundido há muito tempo. Isso porque a sua origem é problemática e enfatizar isso em pleno 2023 etá totalmente desaprovado. A prática do blackface foi criada quando pessoas brancas começaram a pintar o rosto de preto para ridicularizar os negros, fazendo caricaturas grotescas de um povo e seus costumes. Por isso, nada de se fantasiar de ‘nega maluca’ ou outras representações difamatórias de pessoas negras.

Arquivo pessoal

5. Fantasia de terrorista/homem bomba

Diversos muçulmanos usam as redes sociais para lutar contra estereótipos com relação ao seu povo que, principalmente no Ocidente, é bastante generalizado. Fazer apologia ao terrorismo cai na mesma problemática de se caracterizar de personagens históricos de caráter duvidoso. Além disso, se vestir de homem ou mulher bomba é extremamente ofensivo para os muçulmanos, para os árabes no geral e para as famílias das vítimas.

Reprodução/Twitter - 17.02.2023

6. Pessoa gorda

Pessoa gorda é fantasia. Vestir-se de uma pessoa gorda é ironizar uma condição física e tornar aquela aparência, a principal vítima de padrões estéticos e de beleza, jocosa, digna de piada e até de pena.

Reprodução/Alibaba - 17.02.2023

7. Orixás, santos ou qualquer outro tipo de figura religiosa

Todas essas figuras são sagradas! Para alguns mais do que para outros, mas, de qualquer forma, mexer com a fé das pessoas é algo delicado e que precisa ser considerado. Santidades e divindades podem ser homenageadas, e são a todo o tempo, mas não são, nem de longe, a melhor opção de look para aquela sua festa à fantasia, especialmente, se a versão alugada for a “sexy”.

Reprodução/Twitter - 17.02.2023

A rega é: se a fantasia escolhida ridiculariza pessoas e culturas, isso pegará mal, então opte por outra — e opções não faltam.

shutterstock

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Miguel Trombini