Morre Kaká Di Polly, ícone histórico da comunidade LGBTQIA+ brasileira

A drag queen foi uma das responsáveis pela realização da 1ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 1997

Morre Kaká Di Polly, drag queen precursora da Parada do Orgulho LGBTQIAP+
Foto: Arquivo pessoal
Morre Kaká Di Polly, drag queen precursora da Parada do Orgulho LGBTQIAP+

Morreu nesta segunda-feira (23) a drag queen Kaká Di Polly — ícone da noite paulistana e da comunidade LGBTQIAP+ brasileira. A causa da morte não foi revelada.

Conhecida como “a dona da cidade” e uma das grandes estrelas da arte transformista — como era chamado no passado a arte drag—, de São Paulo. O anúncio da morte da artista foi confirmado pela atriz Nany People, e foi compartilhado por amigos e ativistas nas redes sociais.

Subversiva, Kaká Di Polly foi uma das responsáveis por fazer acontecer a 1ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 1997, que hoje é uma das maiores do mundo. Na ocasião, Kaká Di Polly fingiu um desmaio para distrair a polícia, que queria interromper o cortejo, e permitir que a multidão da parada continuasse o trajeto, em meio a avenida Paulista.

Nos últimos anos, Kaká era uma ferrenha crítica do evento, o qual acusava de ter se perdido.

“Mudou muita coisa, porque as pessoas fizeram a 1ª Parada… 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª… 15ª, 16ª. E aí a coisa já começou a virar uma negociata, porque começaram a fazer um monte de trios elétricos”, disse ela em entrevista feita em 2020 para o Gay Blog BR.

A entrevista foi realizada após a repercussão de um vídeo em que ela criticava a realização do evento virtual da Parada SP, que ignorou ícones históricos da militância LGBTQIA+.

“Cadê o meu convite? Cadê o convite de Salete Campari? Cadê o convite de Silvetty Montilla? Cadê o convite de Paulette Pink, cadê o convite de Divina Núbia, cadê a homenagem a Miss Biá? Fui eu que deitei no meio da Paulista para aquela Parada sair… Cadê o meu convite?”, afirmou na época.

Kaká Di Polly teve sua história em São Paulo recontada no livro "Rainhas da Noite", de Chico Felitti, publicado em 2022 pela Companhia das Letras, e ficou conhecida por se arrepender do voto no ex-presidente Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais de 2018.

Nas redes, uma série de homenagens foram prestadas a uma das drags queens mais icônicas do Brasil e da América Latina.


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