Grupo da Flórida planeja censura de livros LGBTQ+

A iniciativa parte da lei ‘Don’t Say Gay’ e visa unir agentes escolares para fiscalizar afastar das crianças livros que tenham qualquer traço de diversidade

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Foto: Raphael Renter/Unplash
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O administrador do governo da Flórida (Estados Unidos), Ron DeSantis, está usando o Departamento de Educação do estado para criar um “grupo de trabalho de pais”, composto por defensores da proibição de livros cuja temática é a diversidade. A iniciativa busca treinar bibliotecários de escolas públicas para seguirem regras de censura sancionadas por DeSantis no começo do ano, o conhecido  “Don’t Say Gay” – que proíbe que escolas públicas tratem de pautas LGBT com as crianças em sala de aula. 

Um memorando de 12 de agosto do chanceler do Departamento de Educação deu às escolas locais uma semana para nomear pais de alunos para participar do grupo de trabalho. Os bibliotecários que participarem da iniciativa vão aprender a revisar os livros nas salas de aula de professores individuais para manter textos minimamente inclusivos à diversidade fora do alcance das crianças. De acordo com uma revisão de registros realizada pelo ‘The Daily Beast’, o departamento supostamente “repassou quase 100 candidatos potencialmente qualificados com experiência relevante” na busca por membros. 

Ainda segundo o jornal, apenas no condado de Brevard foram ignoradas cinco propostas feitas pelo conselho escolar local bipartidário, incluindo a nomeação de um ex-diretor assistente da escola primária, diretor dos centros de tutoria do Eastern Florida State College e um administrador de um fundo de bolsas de estudo local. 

O grupo “Moms for Liberty’s”  (“Mães da Liberdade”, em tradução livre) tentou oferecer recompensas para pessoas que entregassem professores que discutem “tópicos divisivos” em sala de aula. Tal ação pode ser interpretada como ataque direto ao Trevor Project por tentar impedir o suicídio de jovens LGBT+, e quiseram banir um livro sobre cavalos-marinhos por ser “muito sexy”. O grupo “Moms for Liberty’s” disse ainda que duas meninas se beijando brevemente em ambiente escolar é “lascivo” e "dramático".

A iniciativa forneceu uma lista de textos escolares ditos “censuráveis”, que apresentam conteúdo relacionado ao islã, socialismo, sexo, identidade LGBTQ, ciência evolutiva, mudança climática ou controle de armas, segundo a emissora norte-americana MSNBC. 

*Com informações do LGBTQNation

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