Dia Nacional da Visibilidade Lésbica: veja dicas de como se proteger no sexo entre mulheres

Mulheres lésbicas usam poucos dispositivos para sexo seguro

De acordo com estudo publicado realizado pela Universidade Federal do Rio Grande, em 2016, apenas 6,1% das mulheres lésbicas entrevistadas em 38 universidades federais utilizam dispositivos de proteção no sexo oral. O número cresce para 28,3% para o sexo com penetração, com brinquedos sexuais.

Pexels

Falta produtos específicos para a proteção do sexo entre mulheres

De acordo com a ginecologista e obstetra Julianna Vasconcelos, a maioria dos métodos de barreira, ou seja, que protegem contra as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) é "improvisado" e adaptado dos produtos tradicionais quando se trata de sexo entre mulheres.

Pexels

Métodos improvisados são pouco práticos

"Muitas pessoas não acham que isso é necessário, que não é relevante ou desconhecem mesmo os métodos. A maioria das mulheres lésbicas não faz uso consistente de nenhum método de barreira ou fazem uso esporádico. Alguns deles são improvisados, como o uso da camisinha cortada, o que pode não ser muito prático na hora H", analisa Julianna.

Pexels

Dicas básicas

A ginecologista indica cuidados básicos para as mulheres que se relacionam com mulheres se protegerem: "A penetração dos dedos ou acessórios exige cuidados básicos de higiene (lavagem com água e sabão) e com as unhas, que devem estar limpas e curtas".

Pexels

Mais itens que podem ser utilizados

A especialista continua: "Podem ser usadas calcinhas de látex (para o sexo oral ou vulva com vulva), luvas descartáveis ou dedeiras. A barreira utilizada deve ser trocada nos casos em que se alterne a penetração entre ânus e vagina ou entre as parcerias sexuais".

Pexels

Cuidado com as lesões

A médica ainda orienta sobre o cuidado com lesões: "Caso exista alguma lesão genital suspeita, o contato sexual deve ser evitado até que a lesão seja avaliada. O uso dos coletores menstruais ou absorventes internos pode ser útil para minimizar o contato com o sangue menstrual".

Pexels

Formas de proteção

Além desses métodos, há dois outros dispositivos, ainda que improvisados, que podem ser utilizados para ajudar na proteção durante o sexo oral. Um deles é o "dental dam", uma membrana de látex utilizada em procedimentos odontológicos que vem sendo recomendada para o sexo oral.

Divulgação/Centers for Disease Control and Prevention

Adaptando uma camasinha

A outra alternativa é adaptar uma camisinha: Corte as duas pontas do preservativo. Faça um corte no meio e abra a camisinha. Por fim, você tem um quadrado que pode ser utilizado para o sexo oral.

Divulgação/ Center For Disease Control and Prevention

Invisíveis nos consultórios

Julianna relata que muitas lésbicas não se sentem confortáveis ao irem ao consultório ginecológico, mas que há uma série de orientações que os profissionais da área devem seguir para tornar a consulta o mais confortável possível. O primeiro deles é não assumir que as pacientes são heterossexuais e que praticam apenas o sexo pênis-vagina.

Pexels

Saúde mental também deve ser trabalhada

A especialista finaliza afirmando que os ginecologistas precisam abordar, além da saúde sexual, questões como saúde mental, redes de apoio e exposição à violência.

Pexels

Quer mais?

Agora você pode acompanhar todos os conteúdos do iG Queer pelo nosso canal no Telegram. Acesse o link abaixo para fazer parte.

Miguel Trombini