A Abler, startup de recursos humanos que conquistou mais de 300 clientes e preencheu 55 mil vagas de empregos, separou seis passos que auxiliam as empresas a praticarem a diversidade já na hora do recrutamento.
Uma cultura de diversidade envolve a inclusão de vários grupos com pautas diferentes que se engajem em um mesmo propósito. A ideia é criar um ambiente de pertencimento, em que pessoas de diferentes grupos sociais possam se conectar e se sentir apoiadas e engajadas - e este processo já deve começar no recrutamento com a seleção dos candidatos.
Estudos apontam que políticas inclusivas aumentam em oito vezes as chances de ter bons resultados de negócios. A inclusão ainda faz com que a existência de conflitos seja menor, apoia o engajamento e o desempenho dos funcionários no trabalho, além de propiciar um ambiente psicologicamente seguro. No recrutamento, isso pode ser feito a partir de modelos específicos, como definir um percentual de minorias na seleção. A ideia pode fazer diferença, já que estes grupos, como negros, LGBT+ e PCDs, costumam ocupar menos de 10% das vagas.
A diversidade faz com que as pessoas tenham noções de justiça, pertencimento, respeito, confiança e igualdade. Embora a política seja importante por questões sociais, também tem efeito positivo nos resultados da empresa. O conceito não inclui apenas gênero e sexualidade, mas deve dialogar também com outras pautas de forma interseccionada, como a questão PCD, de raça e classe social. Com o recrutamento digital e remoto, ainda é possível fazer contratações sem barreiras geográficas.
Outra dica é evitar expressões nos anúncios que excluem perfis de candidatos, como por exemplo: “buscamos engenheiro”, “pós-graduado”, “comunicativo”. Palavras com gênero podem insinuar que a vaga se refere a apenas um grupo, e, neste caso, o ideal é utilizar a expressão "pessoa engenheira", por exemplo. Dessa forma se abarca todos os gêneros: o masculino, o feminino e o neutro.
Uma das formas de trazer políticas mais diversas é espalhando a ideia e deixando todos por dentro de seus benefícios. Isso porque a inclusão faz bem para os vários setores da empresa e pode gerar até melhores resultados financeiros. Já deixar isso bem claro no recrutamento é uma boa forma de empenhar o candidato a querer a vaga.
Às vezes, o investimento em diversidade em processos seletivos passa por alterar estigmas excludentes na empresa, algo que as pessoas tendem a postergar pelo medo do desconforto. Por isso, algumas ações e atitudes precisam ser revistas e conversas difíceis com pessoas que discordam de você podem ser necessárias.
Vale investir na boa comunicação e na construção de pontes, já que a diversidade exige planejamento, trabalho duro, paciência e o uso de metas e indicadores — além da compreensão da demografia da empresa e de um olhar mais próximo para os casos de denúncia. Essa é a razão pela qual o processo seletivo precisa estar sintonizado com todo o restante da empresa.
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