5 desastres pelos quais pessoas LGBT "levaram a culpa"

Lista inclui desastres naturais, pragas e até ataques que pararam o mundo. A falta de informação de tempos anteriores e o preconceito social (que se estende até hoje) fez com que líderes e grupos conservadores culpassem a população LGBTQIA+ por algumas fatalidades que ocorreram ao redor do mundo.

Terremotos, fome e pestes na Roma Antiga

O imperador bizantino Justiniano (527-565) é considerado o primiro na história a criminalizar a homossexualidade, que até então era vista sem tabus e socialmente aceita. Em um de seus decretos, ele afirmou que regiões da Roma pereceram “devido a essa conduta ímpia” e que Deus criou os homossexuais para destruir as cidades.

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A culpa foi atribuída de forma estratégica por conta da peste bubônica

A epidemia do ano de 542 dizimou um terço da população da Europa Ocidental e 26% da população mundial. Com isso, se tornou necessário que mais crianças fossem geradas (havia uma meta de cinco filhos por mulher). Em 533 homossexuais já eram condenados à pena de morte, mas leis de 538 e 542 obrigavam-nos a fazer penitência e demonstrar arrependimento.

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11 de Setembro

Dois dias após o ataque às Torres Gêmeas em Nova York, o reverendo Jerry Falwell culpou uma série de pessoas (incluindo LGBTs) pelo 11 de Setembro. "Acredito que pagãos, abortistas, feministas, gays e lésbicas que estão tentando trazer um estilo de vida alternativo, todos que tentam secularizar a América. Aponto o dedo para o rosto deles e digo: 'Você ajudou isso a acontecer’”, afirmou Falwell no programa "The 700 Club".

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O entrevistador do programa, Pat Robertson, concordou com o reverendo no programa

De acordo com Falwell, o ataque teria sido uma "intervenção divina" para tirar o que supostamente há de mal e equivocado no mundo. Essa mesma visão foi dada para outros desastres na história, como o Furação Katrina em 2005, o terremoto no Haiti em 2009 e o tsunami no Japão em 2011.

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Crise financeira de 2008

Na época, o economista John Maynard Keynes, que é bissexual, foi duramente criticado pelo historiador Niall Ferguson. Ele afirmou que, por ele ser LGBT e "não poder ter filhos", "não ligava para o futuro", o que incluía a economia. Um radialista cristão concordou e atribuiu a culpa de toda crise à comunidade.

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“Ferguson diz: ‘Isso atribui perversamente todo o peso da crise financeira à comunidade gay’, e ele está certo", afirmou o radialista Bryan Fischer

Ele ainda se referiu ao economista como “parte da ‘gaystapo’”, fazendo referência à polícia da Alemanha Nazista.

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Rick Santorum, ex-senador que chegou a ser candidato à presidência dos EUA, também culpou LGBTs pela crise

"Enquanto continuarmos a ver o declínio e a redefinição do casamento, teremos famílias que não são tão fortes. E como resultado, a sociedade generalizada e a economia sofrem", afirmou Santorum.

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Infestação de ratazanas

Em 2013, uma filial da varejista Tesco na área de Covent Garden, em Londres, estava cheia de ratos gigantes que cresceram de tamanho por terem comido bolos e frangos do mercado. No entanto, o diretor nacional do grupo Christian Voice, Stephen Green, afirmou que os ratos estavam ali porque o mercado demonstrou apoio aos direitos LGBTQIA+.

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Stephen Green afirmou que os ratos eram resultados de mau gerenciamento. Eis o motivo:

"Qualquer empresa que anunciar apoio à Parada LGBT seis semanas antes do Natal obviamente não consegue realizar cuidados básicos para controlar pestes", afirmou Green ao site Pink News na época.

Wales News Service

Furação Harvey

Em 2017, o furacão atingiu o Texas e a Luisiana e matou mais de 30 pessoas pouco depois da reprovação de uma lei que proibiria e multaria mulheres trans (citadas como "homens travestidos" no projeto) que usassem o banheiro feminino.

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O senador republicano Ted Cruz afirmou que a coincidência era "curiosa"

"Não estamos dizendo que Deus mandou o furacão por isso, mas estamos de olho nas coisas pelas quais podemos nos arrepender", afirmou. Ele também atribuiu o furacão ao fato de a prefeita Annise Parker ser lésbica. "Não acho que o furacão foi um castigo, mas parece mais verdadeiro do que mudanças climáticas".

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