TikTok passa a penalizar transfobia em políticas de segurança

Para proteger pessoas trans, plataforma passa a proibir explicitamente deadnaming, misgendering e divulgação de terapias de conversão

TikTok inclui deadnaming e misgendering em políticas de segurança
Foto: Solen Feyissa / Unsplash
TikTok inclui deadnaming e misgendering em políticas de segurança

Para intensificar a segurança de usuários, o TikTok atualizou as Diretrizes da Comunidade na última semana. Os novos tópicos, que ampliam ou esclarecem posturas inapropriadas na plataforma, incluem violências praticadas contra a comunidade LGBTQIA+ , em especial pessoas trans. O deadnaming, que consiste em chamar uma pessoa trans pelo nome morto, está entre as novas proibições.

Cormac Keenan, head de Confiança e Segurança, afirmou em comunicado que as inserções levam em consideração "tendências ou ameaças emergentes observadas na Internet e em nossa plataforma". Segundo o TikTok, cerca de 91 milhões de vídeos considerados violadores das normas da rede social foram removidos durante o terceiro trimestre de 2021.

As violências contras pessoas trans foram adicionadas no tópico das diretrizes que abordam ideologias odiosas proibidas, que inclui, além do deadnaming, divulgação de "terapias de conversão" (as chamadas "curas gay"), misoginia ou misgendering (ou seja, errar o gênero de alguém de propósito). A rede social reforça que essas ideologias já eram proibidas, mas enxergou a necessidade de tornar a proibição explícita.

O TikTok também fortaleceu a proibição de atos e desafios perigosos, que podem incitar automutilação e até suicídio; ampliou abordagem de transtornos alimentares; e expandiu as plíticas para a proteção de integridade, segurança, disponibilidade e confiabilidade da plataforma.

"No TikTok, acreditamos que as pessoas devem poder se expressar de forma criativa e se divertir em um ambiente seguro e acolhedor. Nossas Diretrizes da Comunidade apoiam essa liberdade estabelecendo um conjunto de normas para que as pessoas entendam que tipo de conteúdo criar em nossa plataforma e os espectadores saibam o que nos informar. Nossas políticas são elaboradas para promover uma experiência que prioriza segurança, inclusão e autenticidade", afirma Keenan.

"Continuamos a expandir nosso sistema que detecta e remove certas categorias de violações no upload, incluindo nudez adulta e atividades sexuais, segurança de menores e atividades ilegais e produtos regulamentados. Como resultado, o volume de remoções automatizadas aumentou, o que melhora a segurança geral de nossa plataforma e permite que nossa equipe se concentre mais tempo na revisão de conteúdo contextual ou diferenciado, como discurso de ódio, bullying, assédio e desinformação", diz Keenan.

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** Camila Cetrone é formada em jornalismo. Desde 2020, é repórter do iG e tem experiência em coberturas sobre cultura, entretenimento, saúde, turismo, política, comportamento e diversidade; com ênfase em direitos das mulheres e LGBTQIA+, na qual está inserida como bissexual. É autora do livro-reportagem “Manda as Bicha Descer”, resultado da apuração de um ano na casa de acolhida LGBT Casa 1, no centro de São Paulo. Coleciona livros, vinis e estuda cinema nas horas vagas. Ama contar e ouvir histórias, cantar mal no karaokê e memes autodepreciativos (jura que faz terapia).