Ainda que se considere um avanço a produção de filmes e séries com temática LGBTQIAP+, muito se discute sobre a atuação de atores e atrizes cis-hétero para esses papéis. Mais do que representar essas vivências, é fundamental que profissionais LGBT tenham espaço para dar vida a personagens da comunidade, uma vez que, para uma pessoa hétero-cis, conflitos relacionados à sexualidade e identidade de gênero não são uma realidade.
Lançado em 2015, o filme retrata o romance entre duas mulheres, Carol (Cate Blanchett) e Therese (Rooney Mara). O longa foi indicado ao Oscar, e o público e os críticos aprovaram a atuação de Cate como uma mulher lésbica reprimida.
Na época em que foi lançado, o filme sofreu muitos comentários homofóbicos. A trama conta a trajetória de Ennis del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal), que passam um verão trabalhando para um rancheiro na Montanha Brokeback e, isolados, acabam se envolvendo sexual e romanticamente. Heath conseguiu transmitir os conflitos de um homem gay enrustido, mas apesar da boa atuação, é importante lembrar que ele foi um homem hétero.
O filme produzido pela Netflix é bastante musical e extravagante. Ele conta a história de um grupo de atores infelizes da Broadway que se abrigam em uma escola para resgatar sua reputação. James Corden interpreta Barry Glickman e não agradou tanto o público pelo fato do personagem apresentar um estereótipo muito forçado de homens gays afeminados, tornando-o bastante caricato e ofensivo.
Winslet interpreta uma paleontóloga lésbica chamada Mary Anning que, no século 19, se apaixona por uma jovem chamada Charlotte (Saoirse Ronan). Para o público, as atrizes não tiveram química desde o início e o roteiro deixou bastante a desejar.
Ganhador do Oscar de melhor filme em 2017, Moonlight é considerado um dos melhores filmes queer já produzidos. A trajetória do personagem Chiron, interpretado por 3 atores separadamente: Ashton Sanders e Alex Hibbert o interpretaram durante a infância e Rhodes assumiu Chiron na fase adulta. Sua atuação foi muito elogiada e aclamada, pois ele conseguiu transparecer os conflitos de um homem gay reprimido
O filme estreou em 2017 e trouxe muitos debates sobre relacionamentos obsessivos, pedofilia e o próprio questionamento de pessoas hétero-cis interpretarem papéis LGBT. A atuação de Timothée foi bem abraçada pelo público, que considerou que ele conseguiu dar vida ao adolescente gay com facilidade.