"Me descobrir trans foi solução, não problema", diz Nany People
Atriz diz que vê mais espaço na mídia para os LGBTQIA+
Nany People diz que vê mais espaço na mídia para os LGBTQIA+ e que hoje, "metade do jogo está ganho". "Nas campanhas, por exemplo, já existe um mercado engajado, mas vivemos essa atmosfera polarizada, então temos a outra metade, que é contra. Eu digo para abrirmos janelas, para que vejam nossa sobrevivência", disse, em entrevista à revista Marie Claire.
"É preciso mudar o conceito do que é a família, se desapegar de ser isso ou aquilo", diz a atriz. Nany conta que faz palestras em empresas, incentivando funcionários a mostrar a real natureza.
"Pra mim, me descobrir trans foi solução, não problema. Problema foi retardar isso até os 22 anos, porque não tinha nome o que eu era. Dizem que fiz história, mas eu estava sobrevivendo. Tive coragem de ser feliz sendo quem eu era, foi a arte que me deu essa coragem", disse.
Nesta semana, a atriz espera o lançamento do filme. 'Quem quer ficar com Mário?', no qual ela interpreta a matriarca de uma trupe de teatro, ajudando um dos integrantes a lidar com a sexualidade.
Ela compara a história dela e a do protagonista do filme, que precisa revelar aos familiares e amigos que é gay. "Minha geração saía de casa para mostrar que era capaz, muitos aproveitaram para assumir uma condição que não era aceita e riscava a família da vida", disse.
"O filme mostra a importância e a necessidade de não anular ninguém. A família pode ser feliz, cada um como é", comentou. "O público sempre esteve pronto para assistir histórias LGBTs. As famílias sempre tiveram pessoas LGBTs em casa. Mas existe um pequeno grupo que acha que pode determinar o que a massa pode e não pode ver. A massa vê e convive com tudo. Tive o privilégio de ter uma mãe que me blindou, me empoderou e me encorajou, mas vivo no país que mais mata LGBTs no mundo", finalizou