Aplicativo de relacionamento gay é bloqueado em área de Vila Olímpica e gera polêmica
Divulgação/Grindr
Aplicativo de relacionamento gay é bloqueado em área de Vila Olímpica e gera polêmica


Um dos mais famosos aplicativos de pegação utilizados por homens gays, o Grindr, foi bloqueado na Vila Olímpica de Paris às vésperas dos Jogos Olímpicos. A informação foi confirmada pela própria plataforma, que explicou a decisão.


"Nosso objetivo é ajudar os atletas a se conectarem sem se preocupar em revelar involuntariamente seu paradeiro ou ser reconhecido", diz trecho da nota publicada no site oficial do Grindr.


Algumas funções, a exemplo da localização e da captura de tela de imagens de perfil e também de mensagens privadas, foram desabilitadas no aplicativo. Além disso, o cancelamento do envio de mensagens passa a ser disponibilizados para os usuários que têm a versão gratuita do app. 


"Usar o Grindr pode colocá-lo em risco de ser exposto. É por isso que desabilitamos recursos baseados em localização dentro da Vila ou em outros locais esportivos", acrescentou a empresa.


Usuários reclamam

Nas redes sociais, diversos usuários exibiram que ao tentar usar a função "explorar" no app, nenhum perfil naquela região do mapa é identificado. "Eles bloquearam o Grindr na Vila Olímpica", reclamou um usuário com emojis de choro.


Em resposta às acusações, o comitê organizador alegou que os aplicativos de relacionamento não sofrem nenhum tipo de restrição na Vila Olímpica. E afirma que alguns usuários tiveram a geolocalização desativada para a área pelos desenvolvedores das plataformas.


Ao g1, o Grindr confirmou que alterou as configurações do app de pegação, visando aumentar a privacidade dos atletas nas Olimpíadas: "Se um atleta não for assumido ou vier de um país onde ser LGBTQ+ é perigoso ou ilegal, usar o Grindr pode colocá-lo em risco de ser exposto por indivíduos curiosos que podem tentar identificá-lo e expô-lo no aplicativo".

Novas funções

O aplicativo colocou novas ferramentas para que os usuários possam ter mais controle de sua privacidade. São elas:

  • Desabilitar o recurso "Explorar" e "Roaming" na Vila Olímpica;
  • Desabilitar a opção "Mostrar distância";
  • Possibilidade de mensagens temporárias, cancelamento de envio independe se é um usuário premium ou gratuito;
  • Desativar captura de tela para imagens e mídia no bate-papo;
  • Vídeos privados desabilitados na Vila Olímpica;
  • Acessar o recurso 'Denunciar um bate-papo recente'.

Precedente

A decisão do app, porém, não é exclusiva à cidade de Paris. Em Tóquio, a função foi desativada por conta de um episódio ocorrido em 2016, no Rio de Janeiro, quando um jornalista britânico escreveu um artigo expondo atletas homossexuais.

Durante as Olimpíadas de Inverno de 2022, em Pequim, o aplicativo fez uma manobra semelhante e justificou: "Era nossa maneira de garantir que atletas LGBTQ+ pudessem se conectar uns com os outros autenticamente sem se preocupar com olhares curiosos ou atenção indesejada". 

Pelo menos 144 atletas LGBTQIA+ irão disputar os Jogos Olímpicos de Verão de 2024, em Paris. O número, de acordo com o site de esportes LGBTQ OutSports, é recorde entre atletas olímpicos masculinos.

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